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Vídeo: mais um ônibus é incendiado na região do Assentamento 26 de Setembro

Passageira diz que coletivo ainda estava em movimento quando todos foram obrigados a sair: “Estamos tentando salvar a nossa pele”

atualizado

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Polícia Militar e DER retiram ônibus queimado por moradores do assentamento 26 setembro
1 de 1 Polícia Militar e DER retiram ônibus queimado por moradores do assentamento 26 setembro - Foto: Igo Estrela/ Metrópoles

Manifestantes voltaram a incendiar um ônibus após o 10º dia da operação de derrubada realizada pela Secretaria DF Legal no Assentamento 26 de Setembro, em Taguatinga.

Desta vez, o veículo alvo da ação dos vândalos foi um coletivo comprado em janeiro, que havia sido entregue à população recentemente.

Segundo informações da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), cerca de 30 moradores locais participaram do vandalismo. Várias pessoas teriam invadido a pista da DF-001 e bloqueado a via com toras de madeira e pedras. Ao avistarem o coletivo, foram em direção a ele, ordenaram a descida dos passageiros e atearam fogo.

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O veículo foi incendiado por manifestantes
Pedras foram lançadas contra veículos que passavam pelo local
O ônibus fazia a linha Brazlândia - Ceilândia Sul
A DF-001 precisou ser interditada
Dois ônibus foram queimados no Assentamento 26 de Setembro
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Este foi o segundo ônibus incendiado na entrada do assentamento

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O veículo foi incendiado por manifestantes

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Pedras foram lançadas contra veículos que passavam pelo local

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O ônibus fazia a linha Brazlândia - Ceilândia Sul

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A DF-001 precisou ser interditada

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Dois ônibus foram queimados no Assentamento 26 de Setembro

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Ainda de acordo com a corporação, as primeiras viaturas que chegaram ao local foram hostilizadas. Diversos objetos teriam sido lançados contra os militares.

A DF-001 precisou ser totalmente bloqueada, nos dois sentidos, e, até a última atualização desta reportagem, não havia previsão de liberação. Todos os objetos queimados ainda precisavam ser retirados da via, para evitar que moradores se aproveitem do horário de pico para outra investida.

Em vídeo, que circula nas redes sociais, uma mulher narra os acontecimentos. “Expulsaram a gente de dentro do baú, ainda em movimento. Jogaram coisas na frente para parar e nos obrigaram a sair do ônibus. Estamos aqui tentando salvar a nossa pele”, disse a mulher.

Veja o momento em que o veículo é incendiado:

A ação realizada pelos fiscais com apoio da Polícia Militar do DF (PMDF) também foi marcada pela violência, segundo a corporação. As forças de segurança precisaram agir para conter os moradores revoltosos.

Nessa quarta-feira (26/8), o rastro de violência deixou três vítimas: um policial civil foi baleado e dois policiais militares também acabaram feridos, um a pedradas e outro com objeto perfurocortante. Na ocasião, manifestantes incendiaram outro veículo. 

Em entrevista ao Metrópoles, o presidente da Associação de Moradores Núcleo e Cidadania, do assentamento, disse que a entidade repudia “toda violência” ocorrida durante a operação.

“A associação é totalmente contra essa situação que ocorreu no dia de ontem, pois não precisava daquilo. As coisas saíram do controle tanto por parte das autoridades como por parte de moradores”, afirmou Miguel Rodrigues.

Para ele, a operação do DF Legal foi truculenta. “Fomos surpreendidos com um tratamento de guerra. Se tivessem reunido as lideranças, conversado, seria uma situação. Mas a forma com que tudo aconteceu foi muito ruim para todos”, disse.

 

Apesar disso, ele ressalta que “nada justifica a violência”, ao se referir a moradores que feriram policiais na tarde dessa quarta. “A gente sabe que a polícia está fazendo o seu trabalho. A violência não representa o 26 de Setembro”, enfatizou.

“Dizem que não estão derrubando casa habitada, mas durante a operação havia crianças, pessoas de idade, expostas àquela situação. Pedimos que haja uma roda de conversa, uma negociação, para que isso seja resolvido da melhor maneira”, concluiu o representante.

Morador do local, Walison Dourado, 37 anos, considera que as operações de derrubada no assentamento têm gerado “um verdadeiro cenário de guerra”. “A forma como eles entraram lá foi totalmente brutal. É uma área composta por pais e mães de família”, assinalou.

“O governo prometeu a regularização, encorajou a população a construir ali e agora temos que passar por essa situação dramática”, completou.

Ação na Justiça

Segundo Willian Vasconcelos, advogado de mais de 20 moradores do assentamento, as pessoas que vivem na região irão entrar com uma ação na Justiça para tentar suspender a operação de derrubada feita pelo DF Legal.

“Queremos entrar na Justiça ainda nesta semana, pois as pessoas ali têm urgência nisso. Muitos compraram lotes após a promessa de regularizar a área e agora estão tendo grande prejuízo com a derrubada das construções”, relatou.

Assim como o presidente da associação de moradores, o advogado reforça que os residentes estão “dispostos a dialogar com o governo”. “Os moradores sempre buscaram a conversa, mas o GDF só dizia que iria regularizar e nada. Agora, vamos buscar na Justiça que essa operação seja suspensa.”

Veja mais imagens:

O que diz o DF Legal

Em nota, a Secretaria DF Legal informou, nesta quinta, que tem realizado a Operação Pronto Emprego em regiões ainda no início das construções, “onde novas invasões tentam se instalar”. O objetivo, segundo o órgão, “é evitar as ocupações irregulares, fomentando menor impacto econômico, social e ambiental no Distrito Federal”.

As ações das operações no Assentamento 26 de Setembro restringem-se à remoção de edificações em fase inicial de construção não habitadas e de cercamentos, muros, guaritas, postes, cisternas, poços artesianos clandestinos e bases, de acordo com a pasta.

“O DF Legal enfatiza que, em decorrência da pandemia de Covid-19, nenhuma edificação habitada está sendo removida, portanto, não há famílias retiradas.”

Nesta quinta-feira, acontece o 10º dia de operações no 26 de Setembro. Desde o início, em 18 de agosto, foram liberados 344.400 m² na região. Não há prazo para o término das ações.

Violência

Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), a operação dessa quarta teve início às 9h30 e durou o dia inteiro. Um homem efetuou cinco disparos de arma de fogo em direção à cavalaria do Batalhão de Choque, que acompanhava a operação. Dois agentes da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) estavam no local e um deles foi atingido por um tiro no fêmur esquerdo.

O policial baleado, Mário José Correia Pereira, 42 anos, foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CMBDF) e levado para o Hospital Regional de Ceilândia (HRC), com hemorragia intensa. Após ter o estado de saúde estabilizado, foi transferido para o Hospital Home Care, em Brasília.

O atirador conseguiu escapar, mas já foi identificado pela polícia. Outro homem acabou preso ainda durante o protesto. Dois PMs também ficaram feridos.

Veja imagens: 

Nas proximidades de onde houve a derrubada, na via Estrutural, um coletivo foi incendiado. As causas do incêndio ainda não foram esclarecidas. A PM suspeita que algum manifestante, revoltado com a operação deflagrada pelo DF Legal, tenha ateado fogo ao veículo. Porém, ninguém foi preso, apontado como autor do crime.

Havia 50 passageiros dentro do ônibus, que seguia da Asa Norte para Ceilândia, na hora em que o fogo começou, e todos conseguiram deixar o local antes que as chamas se alastrassem. Os bombeiros atuaram na ocorrência e nenhum passageiro ficou ferido.

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