Mais um conselheiro tutelar do DF é ameaçado de morte após atendimento
Suspeito afirmou aos servidores que era “matador” e “membro do Comando Vermelho”. Ele foi preso em flagrante pela PCDF
atualizado
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A Polícia Civil (PCDF) investiga outro caso de ameaça de morte a conselheiro tutelar do Distrito Federal. Desta vez, a vítima é um servidor do Conselho Tutelar do Gama.
Ao Metrópoles, o conselheiro Warlei Marques afirmou que o suspeito de proferir as ameaças foi preso em flagrante pela 20ª Delegacia de Polícia (Gama). O criminoso teria tentado agredir os conselheiros tutelares fisicamente ainda na unidade policial.
As agressões começaram após o homem, que é pai de duas crianças, ser obrigado a entregar os meninos para cuidado da mãe, que não mora no Distrito Federal.
“Ele afirmou que só entregaria as crianças perante ao juiz. Diante disso, fomos até a 20ª DP e lá ele passou a nos ameaçar, falava que iria fazer justiça com as próprias mãos”.
Marques afirma que o suspeito falava, a todo momento, que era “matador” e “do Comando Vermelho” – facção criminosa originária do Rio de Janeiro.
“Continuou falando que se tivesse que entregar os filhos ia matar muita gente: primeiro a mãe e, depois, os conselheiros”.
Outro caso
Nesta terça-feira (14/7), o Metrópoles mostrou outro caso de ameaça envolvendo conselheiro tutelar. Um servidor da unidade de Ceilândia registrou ocorrência após ser jurado de morte por um homem acusado de maus-tratos a um bebê de 28 dias encontrado morto, no quarto de um hotel da cidade. O crime ocorreu em 3 de julho.
Eduardo Rezende afirmou que passou a ser perseguido pelo suspeito após o Conselho Tutelar mandar a irmã mais velha da criança vítima de negligência para um abrigo.
Os pais do bebê morto foram presos à época do crime, ocorrido no início de julho. Eles não tem residência fixa. “Não tínhamos o paradeiro de familiares e a gente acabou levando para o abrigo. Depois, procuraram o conselho e começaram a proferir palavras de ameaça”, explicou à reportagem.
Rezende afirma que, na primeira vez em que foi procurado, o suspeito o ameaçou diretamente. “Chegou com a mochila virada pra frente, fazendo gestos e mencionou que precisava falar comigo. Disse que ia encontrar comigo e que ia me ensinar tête-à-tête como se retira uma criança das famílias”.
Após o fato, o conselheiro registrou ocorrência na 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Centro).
“Temo mais é pela covardia, estamos muito expostos. Expostos a tomar um tiro porque não há mínima segurança para que exerçamos nosso trabalho”, desabafou.
Em nota, a Associação dos Conselheiros e ex Conselheiros Tutelares do Distrito Federal (ACT-DF) manifestou repúdio contra as agressões sofridas por seus filiados. Na carta, eles sugerem, entre outras medidas, que a criação de protocolo de segurança aos conselheiros que tenham sido vítimas de agressão ou ameaças no exercício de sua função, além da instalação de posto fixo da Polícia Militar em todos os Conselhos Tutelares do DF.