Mais sete vítimas de exames fraudados denunciam clínica à polícia
Com as novas queixas, sobe para 41 o número de pessoas que receberam falsos diagnósticos. PCDF acredita que há mais enganados
atualizado
Compartilhar notícia
Mais sete pessoas que tiveram exames médicos fraudados procuraram a 32ª Delegacia de Polícia (Samambaia) para registrar ocorrência. O responsável por administrar a Clínica do Povo, Tiago Henrique Gonçalves, 27 anos, é acusado de emitir diagnósticos de patologias que nunca passaram por análise laboratorial.
Com as novas denúncias, sobe para 41 o número de vítimas enganadas e já identificadas pela polícia, mas os investigadores acreditam que o número crescerá ao longo da semana. Alguns pacientes com doenças graves, como câncer e aids, tiveram o tratamento médico comprometido em função dos falsos resultados entregues por Tiago, preso na terça-feira (31/10). Os agentes que apuram o caso acreditam que outras pessoas façam parte do esquema criminoso.
De acordo com as investigações, cerca de 40 pessoas procuravam diariamente as clínicas que funcionavam no Recanto das Emas e em Samambaia, esta última ao lado de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), o que aumentava a rotatividade de pacientes. Vários computadores, arquivos, prontuários e pen drives foram apreendidos durante a ação desencadeada na terça.Segundo o delegado adjunto da 32ª DP, Joás Borges, os próximos passos da investigação envolvem a análise do material apreendido e a coleta de depoimentos de novas vítimas. “Temos casos graves, como o de pessoas detectadas com gordura no fígado e até com câncer. Queremos descobrir o número exato de pessoas que foram enganadas pelos criminosos”, explicou.
Com apenas um ou dois exames reais, ele montava outros 35 falsos, sempre com o mesmo resultado. Também queremos saber se as clínicas possuem outros proprietários.
Joás Borges, delegado da 32ª DP
A investigação da Operação Falso Resultado começou há cerca de dois meses, quando duas mulheres fizeram exames e os resultados se revelaram idênticos. Como elas eram pacientes do mesmo médico, ele desconfiou e avisou sobre o possível golpe.
Em seguida, as vítimas registraram ocorrência. Os agentes descobriram que o estabelecimento tinha pelo menos seis meses de funcionamento. Depois das denúncias, a Clínica do Povo foi fechada.