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Mais de 738 mil famílias começam o ano com dívidas no DF, diz pesquisa

O número de inadimplentes na capital federal é o maior desde 2016. O brasiliense vai precisar gastar, em média, 10% a mais com impostos

atualizado

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1 de 1 Foto ilustrativa usada para representar o programa Desenrola Brasil - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Alegria em festas de fim de ano e dívidas no ano novo. Uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que mais de 738 mil famílias iniciaram 2022 endividadas no Distrito Federal. Isso representa 76,9% do grupo familiar da capital federal.

O brasiliense vai precisar gastar, em média, 10% a mais do que o valor desembolsado nos primeiros meses de 2021. O Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) serão, cada um, 10,42% mais caros. Os aumentos assustam os moradores do DF.

Valores do IPTU para 2022 são aprovados com 10,42% de aumento no DF

A servidora Sônia Lima, 48, vai focar apenas nas prioridades neste início de ano. “Os mais importantes são: plano de saúde, aluguel, mensalidade escolar e alimentação. Entramos em 2022 super apertados financeiramente e ainda tendo de assumir todos esses gastos de início de ano, sendo todos com reajuste”, diz.

Moradora de Águas Claras, ela conta que vários imprevistos geraram despesas extras dentro de casa. “No fim do ano, nossa geladeira fundiu o motor e tivemos que comprar uma nova. Na mesma semana, meu marido bateu o carro e a nossa cozinha apresentou um vazamento que estava refletindo no apartamento do vizinho, isso gerou uma obra. Nada disso estava nos planos”, comenta.

O preço do material escolar é outro que vem assombrando as finanças familiares. Houve um aumento, em média, de 10% no Distrito Federal na comparação entre os valores praticados em 2021 e as listas elaboradas pelas escolas para 2022. Determinados itens tiveram reajustes maiores. Por exemplo, papel ficou de 15% a 20% mais caro no período, e certos modelos de lápis de cor tiveram alta de 100%.

Material escolar aumenta em média 10% no DF. Veja como economizar

A alta apertou ainda mais o bolso da secretária Lucineide Medeiros, 49. Ela decidiu fotocopiar todos os livros didáticos do filho de onze anos. A moradora do Recanto das Emas diz ter economizado mais de mil reais com as cópias.

“Quando a escola me mandou a lista de materiais, e eu vi que sairia R$ 1.850 só os livros, eu decidi pegar emprestado de um colega do meu filho e tirei cópia de tudo. Não tenho condição de pegar esse valor todo só em livros. Ainda tem caderno, mochila, lápis e outras coisas que tiram muito dinheiro da gente”, lamenta.

Veja os dados: 

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Pelo menos 22% das famílias estão com contas em atraso e 12% delas admitem não ter condições de pagar os compromissos
Dados mostram que o brasiliense se endividou mais com o cartão de crédito
43,5% dos endividados estão com dívidas por mais de um ano
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76,9% das famílias da capital federal estão endividadas

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Pelo menos 22% das famílias estão com contas em atraso e 12% delas admitem não ter condições de pagar os compromissos

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Dados mostram que o brasiliense se endividou mais com o cartão de crédito

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Dívidas atrasadas

De acordo com a economista Izis Ferreira, responsável pela pesquisa da CNC, em 2021 também cresceu o número de inadimplentes do Distrito Federal. Pelo menos 22% das famílias estão com contas em atraso e 12% delas admitem não ter condições de quitar os compromissos.

Segundo a economista, o número de inadimplentes é o maior desde 2016. “São famílias com dívidas em atrasos e contas também. Isso mostra que mais pessoas estão com dificuldades para quitar seus compromissos em dia no DF. É uma crescente sem previsão de melhora”, explica Izis.

É o caso de uma bióloga brasiliense, de 25 anos, a qual preferiu não identificar. Ela está com a fatura do cartão de crédito vencida desde o mês passado. A jovem acredita que não conseguirá liquidar o valor mínimo, de R$ 530, pois ficou desempregada.

“Eu gasto, em média, R$ 1,2 mil por mês para pagar as contas de casa. Ou seja, recebo meu salário e não sobra nada, vai tudo para pagar conta: água, luz, energia, internet, aluguel e compras. No cartão de crédito eu parcelo algumas coisas de uso pessoal, inclusive esse cartão que está em atraso”, explica.

A mulher pretende negociar a conta do cartão e bloqueá-lo. A pesquisa da CNC ainda mostra: 82% dos devedores do DF estão com dívidas no cartão de crédito pessoal. Além disso, 43,5% estão inadimplentes por mais de um ano.

De acordo com os dados, 26% das famílias do DF iniciaram 2022 com mais de 50% da renda comprometida com pagamento de débitos. Segundo a economista, o número é reflexo da retomada das atividades econômicas, avanço da vacinação e alta da inflação.

 

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