Maior medo dos pais: 4 mil menores de 17 anos sumiram no DF em 6 anos
Segundo dados da PCDF, cerca de 687 crianças e adolescentes com menos de 17 anos desaparecem por ano no DF
atualizado
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Há pouco mais de um mês, duas mulheres encontraram uma menina de cinco anos vagando por Águas Claras, região administrativa de classe média no Distrito Federal. A criança era dada como desaparecida pelos parentes. As mulheres a entregaram para as autoridades, que localizaram e devolveram a pequena para a família, felizmente sã e salva. Cerca de 687 crianças e adolescentes com menos de 17 anos desaparecem por ano no DF.
Segundo dados da Polícia Civil (PCDF), nos últimos seis anos, mais de 4,2 mil pessoas nesta faixa etária desapareceram na capital do país. Apenas em 2024, até abril, foram 132 notificações do tipo.
Ainda de acordo com a corporação, a região administrativa com a maior porcentagem de crianças desaparecidas é Ceilândia — que representa mais de 15% das ocorrências dos últimos seis anos.
Área central de Brasília, o Plano Piloto está em 7º lugar entre as RAs com mais registros de sumiço de menores de idade. Nos últimos seis anos, foram 212 ocorrências de desaparecimento de crianças e adolescentes na região.
Considerando apenas o ano de 2024, o local com a maior quantidade de desaparecimentos é Samambaia. Até abril, a região registrou 18 ocorrências do tipo — uma média de 4 por mês.
Apesar dos casos de desaparecimento, de acordo com a PCDF, a taxa de pessoas que são encontradas é alta. Em 2023, por exemplo, do total de 2.528 pessoas desaparecidas, 2.151 foram localizadas, entre janeiro de 2023 e 30 de janeiro de 2024, ou seja 85% do total.
Récem-desaparecidos
Recentemente, o Ministério da Justiça implementou em todo o país o Amber Alert. O programa é um sistema de alertas urgentes que é ativado em alguns casos de desaparecimento de crianças.
O alerta dispara publicações nas plataformas da Meta — como Instagram e Facebook — para anunciar a descrição da criança.
Quando uma criança ou adolescente desaparece ou é sequestrada, o Amber Alerts é ativado e um comunicado especial é encaminhado às plataformas da Meta para publicar o alerta em um raio de até 160 quilômetros do local do fato ocorrido.
Bebê raptado é resgatado após disparo de sistema de alerta na internet
Atualmente, a página conta com cinco alertas ativos. A criança mais nova na lista é Gerson Vaz da Silva Neto, de 9 anos. Ele sumiu em 4 de maio, em Taguatinga.
Veja a lista:
Desaparecidos há anos
Para as crianças desaparecidas há mais tempo, a PCDF disponibiliza o programa de Progressão de Idade. Por meio de uma técnica da Representação Facial Humana, a intenção é demonstrar como seria a aparência atual de uma pessoa após um grande período de desaparecimento.
A técnica de crescimento e envelhecimento facial é aplicada em imagens de pessoas que tenham desaparecido há pelo menos três anos, quando se trata de crianças, ou há cinco anos, quando os desaparecidos forem adolescentes ou adultos.
No banco de dados disponibilizado pelo laboratório, existem 19 pessoas sumidas há, pelo menos, 7 anos. Desses, o desaparecimento mais antigo foi registrado em 1995, e o mais recente sem solução é de 2016.
Veja lista com as 19 pessoas desaparecidas há mais tempo no DF que são acompanhados pelo laboratório:
Como denunciar
Segundo a PCDF, qualquer delegacia pode registrar uma ocorrência de desaparecimento, inclusive os canais on-line. A Polícia Civil disponibiliza quatro meios para recebimento de denúncias:
Além do Denúncia On-line, o telefone 197 opção 0 (zero), o e-mail denuncia197@pcdf.df.gov.br e o WhatsApp (61) 98626-1197.
Para a corporação, uma pessoa passa a ser considerada desaparecida quando, por qualquer circunstância anormal, o paradeiro seja considerado desconhecido, encontrando-se em lugar incerto.
O comunicante deverá informar as características físicas do indivíduo desaparecido, com a maior riqueza de detalhes e, se possível, anexar uma fotografia recente do desaparecido na ocorrência.
Para informar a localização de uma pessoa considerada desaparecida, o comunicante deverá comparecer presencialmente a uma delegacia de polícia.