Mães coragem: histórias de mulheres que se arriscaram e deram até a vida pelos filhos
Neste dia dedicado a elas, o Metrópoles relembra casos marcantes de mulheres que foram ao limite para livrar os filhos de qualquer perigo
atualizado
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O amor de uma mãe não pode ser medido. O abraço e o beijo dados todos os dias são parte de um processo de zelo e carinho. A verdade é que mãe se preocupa mais com os filhos do que com si mesma e, por isso, é capaz de fazer, literalmente, qualquer coisa para livrá-los de perigo.
Um caso chocante do Distrito Federal ocorrido neste ano prova que, por amor, mãe dá até a vida. Layane Alves dos Santos Ramos, 21 anos, agiu no instinto ao ver o filho de 4 anos atravessando a rua. A jovem correu para salvá-lo. A reação foi o suficiente para evitar o pior para Tharick Leandro, mas não para ela própria, que acabou morrendo no local. Veja a imagem do acidente no vídeo abaixo.
“A palavra é amor. O que ela fez foi um ato de amor incondicional. O que mais me conforta o coração é que, pelo menos, ensinei isso a ela”, diz Rosângela Alves dos Santos, mãe da vítima.
Conhecida pela alegria e determinação, afinal de contas foi ela quem assumiu as rédeas da casa após Rosângela perder o emprego, Layane estudava direito e buscava uma vida melhor para a família. O cuidado com os parentes era enorme. “Eu costumo dizer que ela me deu juízo na cabeça. Sempre muito carinhosa e ajudando. Se eu precisasse, estava comigo”, relembra.
Apesar de guardar apenas boas recordações, a mãe ainda sente muito a falta da filha. “Estou tirando forças não sei de onde para continuar. Ano passado, a gente fez um almoço aqui em casa, saímos para levar as crianças no parquinho. Desta vez, não terá isso”, lamenta Rosângela.
Rafaela Dantas, 31, também não pensou duas vezes antes de colocar em risco a própria vida para proteger o filho. Ao perceber que ocorria um assalto à mão armada em uma lanchonete, em janeiro deste ano, a mulher se jogou no chão para proteger o garotinho, enquanto todos fugiam dos disparos.
Veja as imagens:
Ela estava grávida na época e, poucos meses depois, o novo filho nasceu prematuramente. “No início do ano, a gente nem pensava que fosse passar por tudo isso. É uma alegria poder ver todos os dois filhos agora comigo e bem”, comenta.
Rafaela tentou descrever, ao Metrópoles, o sentimento após o episódio. “É diferente ser mãe, porque a gente passa a se preocupar com a união da família, com o amor. Eu já me sinto presenteada com o reconhecimento que meu filho tem comigo”, explica.
Outro momento de coragem foi o de uma mãe em Santa Maria que agiu imediatamente para evitar que o filho fosse levado por assaltantes. O caso ocorreu em abril deste ano. Câmeras de segurança flagram toda a ação dos criminosos.
No vídeo, é possível ver a mãe colocando a criança dentro do carro quando três pessoas se aproximam e anunciam o assalto. Uma outra mulher, prima da dona do veículo, percebe a movimentação e sai do automóvel. Enquanto os homens entram no carro, a mãe consegue resgatar o bebê.
Veja a ação dos criminosos:
A coragem de não perder esperança
Ficar 15 anos sem encontrar o filho e não desistir das buscas é outra grande prova de amor. Helena de Sousa de Oliveira passou por isso entre 2005 e julho do ano passado, até descobrir que Ozéas Lima de Oliveira, 43, estava internado em um hospital psiquiátrico de Itaquaquecetuba, em São Paulo.
“É o primeiro Dia das Mães nesses últimos 15 anos que vou passar com serenidade e tranquilidade. Antes, eu comia um doce que ele gostava e minha garganta até fechava. Passei noites buscando na internet algum rastro, mas agora posso ficar tranquila”, comemora.
A evolução de Ozéas tem sido grande. Após ficar todo esse tempo internado no interior de São Paulo, ele deve voltar para Brasília no fim deste mês. “Ele agora fala comigo. No começo, achava que era outra pessoa, que a família toda tinha morrido, infelizmente a esquizofrenia fez isso. Mas é uma alegria muito grande poder ter contato com ele agora”, relata.
A viagem será de carro. Além de Helena, o outro filho dela, um motorista e um enfermeiro de confiança de Ozéas vão pegar estrada. A ideia é fazer uma readaptação progressiva. “Ele ainda precisa ficar numa clínica, mas poderei visitá-lo. Aos poucos, o contato vai aumentando”, explica.
Para Helena, toda essa espera de 15 anos ensina que a esperança nunca deve ser perdida. “A palavra de ordem é resiliência. A gente tem que ter perseverança. Foi um milagre eu ter meu filho de volta, mas é preciso ter paciência para não ter tanta ansiedade”, comenta.