Mãe sofreu queimaduras de 2º grau ao tentar salvar filho de incêndio no DF
Mulher se recupera no Hran. Na noite dessa segunda-feira, ela ainda não sabia que o menino de 10 anos não sobreviveu às chamas
atualizado
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Aos 70 anos, a pastora Maria das Graças perdeu todos os bens. A casa onde morava foi destruída em um incêndio nessa segunda-feira (5/10). Contudo, nada se compara à dor por um de seus netos: Leonardo Henrique Pereira da Costa, 10 anos, não sobreviveu às chamas que destruíram a residência da avó materna. Ela também está apreensiva pelo estado de saúde da filha, Luzinete Barbosa (foto em destaque), 49 anos, que sofreu queimaduras ao tentar resgatar o filho caçula do incêndio.
Em entrevista ao Metrópoles, Maria das Graças contou que não estava no local no momento do incêndio, foi chamada após o fogo se alastrar pelo terreno. Quando as chamas iniciaram, havia duas pessoas na casa, localizada no Setor Tradicional de Planaltina: Leonardo e a mãe, Luzinete.
Moradores da Cidade Ocidental (GO), mãe e filho estavam desde domingo (4/10) na casa da matriarca da família para o menino fazer um tratamento de saúde no DF. “Ele não tinha um rim, era obeso, sofria com falta de ar”, lembra a avó da vítima.
As chamas também atingiram Luzinete, que permanece internada. Segundo Maria das Graças, até o início da noite dessa segunda-feira, a filha não sabia que o caçula de seus quatro filhos estava morto.
“Ela está no Hran [Hospital Regional da Asa Norte], com queimaduras de 1° e 2° graus. Pelo o que me disseram, são marcas de quem tentou salvar o filho”, conta a mãe de Luzinete e avó de Leonardo.
Tendo perdido todos os bens e o neto e ainda com a saúde da filha debilitada, Maria das Graças diz que precisará de ajuda. “Muitas pessoas já me ofereceram para dormir na casa delas, mas ainda não sei para onde vou. Onde Jesus decidir eu vou”, afirmou, no fim da tarde dessa segunda.
A principal preocupação, no momento, é custear o enterro do corpo de Leonardo. A família estima que os gastos fiquem em R$ 3,5 mil, e não sabe de onde vai tirar o dinheiro para pagar o sepultamento. Quem quiser ajudar pode entrar em contato com Maria das Graças pelo telefone (61) 99135-4326.
Causas
A família de Leonardo ainda busca explicações para o incêndio que matou o menino. Segundo a avó da criança, uma das possibilidades é que o garoto estivesse mexendo com fósforos, dando início ao fogo que se alastrou pela residência. Testemunhas disseram tê-lo visto com fósforos na noite anterior à tragédia. “O meu neto gostava de brincar com fogo”, resigna-se a pastora.
O sargento da reserva André Luis Vasconcelos, 53, mora na residência vizinha ao local do incêndio. Ele relata que estava saindo de casa quando viu o fogo. “Fiquei desesperado. Peguei uma mangueira e tentei controlar”, diz.
A força das chamas foi tão forte que chegou a atingir parte da casa dele, mesmo com um muro de quase 3 metros separando os dois imóveis. “A antena da TV a cabo queimou e até mesmo por dentro, o gesso rachou”, destaca.
O garoto Leonardo não conseguiu sair da residência em chamas e morreu asfixiado em decorrência da inalação de fumaça, segundo peritos do Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). No entanto, o laudo definitivo do IC, inclusive o de local, que poderá apontar o que causou as chamas, só deverá ser concluído em 40 dias. O caso é investigado pela equipe da 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina).
Veja imagens do local: