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Mãe sobre demora na solução de caso de autista espancado: “580 dias”

Segundo família, investigações não avançaram mesmo com os agressores identificados; PCDF nega

atualizado

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Jovem negro autista - Metrópoles
1 de 1 Jovem negro autista - Metrópoles - Foto: VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES

Em 2 de janeiro de 2023, o jovem negro e autista Wtsherdhay Gonçalves dos Santos (foto em destaque) foi espancado no Parque de Águas Claras (DF). Com ofensas e humilhações, os agressores rasgaram um dos olhos e destruíram a cartilagem do nariz da vítima. Segundo a família, até 2 de agosto de 2024, os suspeitos do crime estão impunes. Traumatizado e com a saúde fragilizada, o rapaz de 24 anos segue à espera da cirurgia de reconstrução nasal.

Veja:

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A família do jovem negro autista também espera por Justiça e a responsabilização dos responsáveis pelo crime
O rapaz ficou traumatizado após ter sido violentamente espancado
Desde 2023, o jovem aguarda pela cirurgia de reconstrução da cartilagem do nariz
O rapaz não consegue dormir direito e ganhou peso
A família de Wtsherdhay até luta para se recuperar da tragédia
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Wtsherdhay Gonçalves dos Santos luta para conseguir cirurgia de reconstituição de nariz

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A família do jovem negro autista também espera por Justiça e a responsabilização dos responsáveis pelo crime

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O rapaz ficou traumatizado após ter sido violentamente espancado

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Desde 2023, o jovem aguarda pela cirurgia de reconstrução da cartilagem do nariz

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O rapaz não consegue dormir direito e ganhou peso

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A família de Wtsherdhay até luta para se recuperar da tragédia

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O caso está com a Delegacia da Criança e do Adolescente II (Taguatinga). Segundo a mãe de Wtsherdhay, Wheda Gonçalves dos Santos, o Instituto Médico Legal (IML) não fez exames no rapaz. A família tentou pelo menos duas vezes, mas não teria sido atendida. De acordo Wheda, a ausência do laudo pericial compromete e atrasa o inquérito policial.

Para Wheda, o caso não pode ficar sem punição. “Não foi uma agressão, foi tortura. Foi tentativa de homicídio. Arrancou o olho e destruiu o nariz do meu filho”, afirmou.

Wtsherdhay conseguiu uma prótese ocular. Mas o atraso para a cirurgia de recuperação do nariz compromete a qualidade de vida rapaz. “Acabaram com a saúde do meu filho. O nariz dele está suspenso apenas por uma mucosa. Toda a cartilagem foi destruída. Ele não respira direito. Wtsherdhay pesava 70 kg. Era magro. Hoje está com mais de 100 kg”.

Trauma

Em 2023, a família solicitou a cirurgia de reparação no Hospital de Base, mas não recebeu indicação de uma possível data para o procedimento.

PCDF: caso não está parado

Segundo a Polícia Civil (PCDF), o caso de Wtsherdhay Gonçalves dos Santos está atualmente sob investigação pela Delegacia da Criança e do Adolescente II (Taguatinga), mas está sob segredo de Justiça.

“De acordo com a legislação vigente, que protege a privacidade e os direitos de adolescentes infratores, as diligências e o inquérito estão sob sigilo”, argumentou a corporação, em nota enviada ao Metrópoles.

A PCDF afirmou que diversas diligências estão em andamento. Além disso, o Poder Judiciário e o Ministério Público estão acompanhando de perto o caso.

Processo judicial

A Polícia Civil afirmou que já há um processo judicial instaurado na 2ª Vara da Infância e da Juventude do DF, localizada no Fórum Desembargador Jorge Duarte de Azevedo (Infância e Juventude).

“Portanto, não procede a informação de que o procedimento está parado”, reforçou a PCDF.

Quanto ao exame no IML, a PCDF argumentou que os trâmites necessários para a realização da perícia estão em andamento conforme os protocolos institucionais.

“Reiteramos o nosso compromisso com a transparência e a justiça, e garantimos que todos os esforços estão sendo realizados para o completo esclarecimento dos fatos e a responsabilização dos envolvidos”, afiançou a PCDF.

Exame pendente

Sobre o exame pericial, a PCDF argumentou, por nota, que o IML depende do resultado do procedimento cirúrgico pendente de Wthersday.

Leia nota completa:

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio do Instituto de Medicina Legal (IML), informa que o periciando Wthersday Gonçalves dos Santos compareceu ao Instituto em 10 de janeiro de 2023 e foi submetido a exame pericial médico-legal.

Em 1o de fevereiro de 2023, foi realizado um novo exame para avaliar a evolução de suas lesões, além da presença de debilidades e deformidades permanentes.

O exame pericial foi concluído e o respectivo laudo emitido e disponibilizado. No entanto, devido ao relato de possibilidade de tratamento cirúrgico, foi reagendado um exame complementar após 60 dias, para acrescentar eventual informação pericial relevante ao caso. Contudo, até o momento, não houve retorno do periciando.

Para mais informações ou para agendar novo exame, é necessário entrar em contato com a Seção de Protocolo do IML.

Dona Wheda contestou as novas informações prestadas pela PCDF. A mãe de vítima declarou que o instituto teria argumentado que só poderia concluir os exames após a cirurgia no nariz.

Base

O Metrópoles entrou em contato com o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF), responsável pela gestão do Hospital de Base. Por nota, a instituição garantiu que o tratamento de Wtsherdhay está sendo feito.

Leia a nota completa:

“O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) informa que o paciente Wtsherdhay Gonçalves dos Santos, nascido em 13/08/2000, encontra-se inserido no Sistema de Regulação para a realização de procedimento cirúrgico. Ao consultar o sistema, constatamos que o paciente segue aguardando autorização. A equipe cirúrgica do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) realizará o agendamento da cirurgia assim que receber a autorização da Central de Regulação de Cirurgias Eletivas”.

A mãe de Wtsherdhay contestou também a resposta apresentada pelo Iges, ressaltando que o rapaz estava sem qualquer sinalização de atendimento.

O caso

Wtsherdhay foi espancado por adolescentes após uma partida de futebol no Parque de Águas Claras, em 2 de janeiro de 2023. O jovem estava na companhia do irmão mais novo, de 10 anos.

Os irmãos decidiram jogar futebol com um grupo de meninos que já estava na quadra. Após uma discussão na partida, os garotos seguraram as vítimas para darem socos e chutes.

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