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Mãe recorre à PCDF e localiza filho entregue para adoção há 31 anos

A família adotiva, que mora fora do país, não se opôs ao encontro entre os dois, realizado no dia 19 de junho deste ano

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1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Policiais da 1ª DP (Asa Sul) descobriram o paradeiro de um rapaz entregue para adoção há 31 anos no DF, quando ele ainda era recém-nascido. A criança nasceu no Hospital Materno-Infantil (Hmib), na Asa Sul. No dia 21 de abril de 1988, a mãe deu o bebê a um casal. Arrependeu-se depois, mas nunca mais teve notícias do filho. Com a ajuda dos investigadores, conseguiu localizá-lo.

A mulher já era mãe de uma menina, estava separada do cônjuge e não tinha condições de criar uma segunda criança — o pai do garoto não era o mesmo da filha. Devido a esses motivos, começou a procurar pessoas que quisessem adotar o menino. Um casal se interessou e ficou com o bebê.

A família, que já tinha uma filha, imaginou que o garoto fosse deixado ao relento, caso não conseguisse ser adotado, por isso decidiu ficar com a criança. Conforme apurado, a mãe biológica nunca soube o paradeiro do filho. No dia 27 de abril de 2019, ela registrou uma ocorrência na 1ª DP.

Quase dois meses depois, os policiais responsáveis pela apuração solucionaram o caso. O filho, agora com 33 anos, ainda está com o casal que o adotou. Eles moram em outro país. Quando tinha 2 anos, o menino foi diagnosticado com uma grave doença, fato que impediu seu completo desenvolvimento mental. A polícia não divulgou o nome de nenhum dos envolvidos.

A família adotiva não se opôs ao encontro entre mãe e filho, que foi realizado no dia 19 de junho deste ano. Como não houve adoção por meios legais, o caso foi remetido ao Ministério Público para o órgão verificar se cabe ou não processar o casal criminalmente.

Nessas situações, a prescrição somente começa a correr quando o fato vem ao conhecimento da autoridade pública. Nos crimes de adoção à brasileira, a pena varia de 1 a 2 anos de detenção, mas o juiz pode deixar de aplicar penalidade (perdão judicial). As identidades e imagens foram preservadas por solicitação das famílias envolvidas.

A adoção foi intermediada por uma mulher, que é alvo de investigação. A reportagem apurou que ela mora em Portugal. O delegado Ataliba Neto, da 1ª DP, disse que outra pessoa procurou a delegacia e disse ter entregue o filho para adoção por meio dessa intermediadora. “Não sabemos se ela está envolvida em algo mais grave. Mas vamos investigar”, ressaltou. Por enquanto, o nome da suspeita também será preservado.

Encontro, 38 anos

Em abril deste ano, o Metrópoles revelou a história de Sueli Silva, 56, outra mãe que teve o filho adotado e ficou anos sem vê-lo. Também com ajuda da Polícia Civil, ela conseguiu localizar o filho, tirado de seus braços em fevereiro de 1981, quando ela saía do Hospital Regional do Gama (HRG), onde deu à luz. Após seis anos de investigação policial, o homem foi encontrado. A confirmação de que se tratava de mãe e filho veio por meio de um exame de DNA.

O encontro entre os dois ocorreu logo depois da divulgação do resultado. Sueli foi até João Pessoa (PB), onde Ricardo Santos Araújo mora. Cercado de mimos e carinho em sua casa, na capital paraibana, o filho apresentou à mãe os três netos: uma menina e dois meninos, de 10, 9 e 7 anos, respectivamente. Em seguida, foi a vez de ele conhecer os parentes que moram no DF.

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