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Mãe filmada quebrando violão em escola diz que se irritou após filha sofrer assédio

Segundo Ana Paula Barros, a filha dela, de 12 anos, sofreu assédio sexual de um colega. Após inércia da instituição, a mulher se revoltou

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1 de 1 Foto-mãe-joga-violão-no-cha-cef-113-recanto-das-emas - Foto: Reprodução

“Minha filha de 12 anos foi vítima de assédio sexual dentro da escola. O que aconteceu foi o desespero de uma mãe que, depois de saber do caso, procurou a delegacia, o conselho tutelar e a própria diretora da escola para cobrar que algo fosse feito e, em todos os órgãos, foi recebida com rejeição.” O desabafo é de Ana Paula Barros, 38 anos, mãe de uma estudante do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 113 do Recanto das Emas, filmada, na sexta-feira (23/6), quebrando um violão dentro da instituição.

Segundo a mulher, assim como a filha, outras oito meninas do CEF 113 disseram ter sofrido algum tipo de abuso de um colega de classe. No dia em que Ana Paula compareceu ao colégio e foi flagrada pelas câmeras de segurança, ela contou que o estudante teria puxado o cabelo da filha dela e forçado um beijo. “Minha filha tentou denunciar o que aconteceu a uma professora, mas foi mandada à direção”, começou.

“Lá, a diretora da escola disse que ela [filha] estava mentindo. Além de ter gritado e declarado que não puniria o aluno agressor. Para piorar a situação, chacoalhou a minha menina, que me contou tudo aos prantos. Não foi só ela, sabe? [filha] Outras oito alunas relataram a mesma coisa à diretora e não foram acolhidas. Quando eu fui cobrar uma medida, a diretora não quis me receber”, relatou Ana Paula, que disse, ainda, ter se revoltado com a postura da escola diante de um caso de assédio sexual.

Assista ao vídeo:

Anteriormente, funcionárias da escola contaram que Ana Paula era mãe de um aluno e que teria invadido a escola e quebrado objeto após um desentendimento entre estudantes no dia anterior. Ao Metrópoles a mulher negou ter um filho matriculado na escola, apenas uma menina, que ela alega ter sido vítima do assédio.

“As alunas terão de aceitar esse tipo de situação? Ninguém fará nada? E agora? Quem está importando com a mente da minha filha? Ela não quer mais sair do quarto ou sequer falar. Já recebemos mensagens de amiguinhas dela tristes pelo fato de a verdade não ter sido propagada. Essas crianças estão sofrendo assédio e ninguém as protege. Como uma mãe pode viver com isso?”, indagou a dona de casa.

Ana Paula disse que, “em todos os momentos, a escola faltou com a verdade, foi imprudente” e declarou que “correrá atrás de todas as medidas cabíveis”.

O que diz a Secretaria de Educação

A Secretaria de Educação se manifestou por meio de nota. Veja abaixo, na íntegra:

“A Secretaria de Educação do Distrito Federal informa que a direção da escola e Coordenação Regional de Ensino tomaram as devidas providências para apuração da situação ocorrida no âmbito da unidade de ensino.

O caso também será apurado pela Corregedoria, por meio de procedimento administrativo, para que seja verificada eventual conduta irregular praticada por servidor, nos termos da LC 840/2011.

A SEEDF ressalta que repudia qualquer tipo de violência e reforça o suporte aos servidores envolvidos no caso, bem como aos estudantes”.

Direção transferiu aluno

À reportagem, a diretora da escola, Núbia Ferreira, negou as acusações e afirmou não ter havido qualquer tipo de abuso dentro da instituição de ensino. “Temos um circuito interno que mostra tudo. A aluna [envolvida no caso] chegou, no dia anterior, procurando-me para relatar que um colega pediu um selinho a ela e, depois, perguntou se a pegada dele era forte. Nesse momento, [o aluno] foi advertido. Reclamei com ele [e disse] que isso não era postura [apropriada]”, relatou a diretora.

“A aluna, então, falou alguns palavrões, e eu disse que uma menina bonita não deveria falar palavrão. [Também] a informei que resolveria a situação com a família do aluno. Assim foi feito. No entanto, no dia seguinte a mãe [da estudante] chegou [à escola] me xingando, em frente aos alunos, no horário do intervalo. Ela [a mãe] não teve paciência de esperar o vice-diretor terminar o atendimento que fazia para atendê-la. Aí, quebrou o violão e agrediu uma servidora que não tinha nada a ver com a situação”, completou Núbia.

A gestora escolar acrescentou que a estudante nunca sofreu abuso na escola e que nenhum aluno passou a mão nas partes íntimas da menina. “Nunca chegou a mim essa acusação. Temos o circuito que é vigiado o tempo todo. Então, não houve isso. No momento em que a aluna me procurou com outras duas colegas, eu não toquei nela, não a sacudi e não deixei de resolver a situação, como disse a mãe”, defendeu-se a diretora.

Após o ocorrido, a direção da escola decidiu mudar de escola o estudante denunciado. “Vi que foi uma brincadeira de mal gosto. Se isso se considera assédio, foi a única coisa que aconteceu: o pedido de selinho. Não houve outro tipo de toque, nada. Com as crianças, a gente conversou. E conversei com os pais do aluno que, inclusive, foi transferido”, finalizou Núbia.

Esta reportagem foi atualizada às 14h37 desta quarta-feira (28/6), para incluir a versão da diretora do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 113 do Recanto das Emas, Núbia Ferreira, sobre o ocorrido.

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