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Mãe de vigilante esquartejado: “Nunca teve problema com ninguém”

PCDF tenta identificar autor do bárbaro crime que vitimou Marcos Aurélio Rodrigues de Almeida. Cabeça e coxas ainda não foram localizadas

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1 de 1 Noiva-e-mãe-de-vigilante-esquartejado - Foto: André Borges/Esp. Metrópoles

A família do vigilante Marcos Aurélio Rodrigues de Almeida, 32 anos, encontrado esquartejado dentro de um bueiro na QR 327 em Samambaia Sul, esteve na 32ª Delegacia de Polícia, nesta terça-feira (12/11/2019), para buscar informações sobre o assassinato brutal do homem. Entre segunda (11/11/2019) e terça, foram achados o tórax, os braços e as pernas de Marcos. A cabeça e as coxas do vigilante, no entanto, permanecem desaparecidas.

Ao Metrópoles, a mãe da vítima disse querer justiça. “Estou inconformada com a perda do meu filho. Nunca mais vou vê-lo”, afirmou Sônia Maria Rodrigues de Almeida (no centro da foto em destaque), 56 anos.

De acordo com ela, Marcos tinha dois empregos. Trabalhava como segurança nas Lojas Americanas do Alameda Shopping, em Taguatinga, e em um bar no Setor de Indústrias Gráficas (SIG). “Ele trabalhava nesse bar dia sim, dia não. No sábado, voltava para casa do serviço e me mandou mensagem pela última vez, às 7h30, falando que estava indo. Depois disso, não respondeu mais”, lembrou.

Segundo Sônia, o filho sempre mandava mensagem e avisava quando estava fora de casa. “Ele sempre me dava satisfação. Falava: ‘Mãe, estou voltando, estou indo para tal lugar’. Porque ele morava comigo, então sempre me avisava”, contou, às lágrimas.

Ainda de acordo com a mulher, ele não cultivava nenhum tipo de inimizade. “Cuidava de mim e era muito presente. Nunca teve problemas com ninguém e sempre foi muito querido.”

Divulgação/Redes Sociais
Marcos Aurélio Rodrigues de Almeida, 32 anos, foi esquartejado. Algumas partes do corpo foram jogadas dentro de um bueiro
Câmeras

Noiva de Marcos, a brigadista Francisleide Braga de Sousa, 38, relatou à reportagem ter conversado com o companheiro pela última vez no sábado (09/11/2019) pela manhã. “Ficamos nos falando a noite inteira da sexta-feira [08/11/2019] por mensagem. No sábado, ele falou que estava saindo do trabalho. Depois de um tempo, minha sogra ligou, e ele já não atendia”, disse.

“Pensamos que ele poderia estar no outro emprego, mas fomos ficando preocupadas, porque já caía a noite, e ele não chegava”, completou.

Sem notícias de Marcos, a família passou o domingo (10/11/2019) buscando informações do paradeiro. “Fomos em vários lugares. Procuramos a polícia e imagens de câmeras da Rodoviária [do Plano Piloto], mas não encontramos nada”, comentou a noiva.

Crime bárbaro

Após identificar o corpo de Marcos, investigadores tentam localizar o responsável pelo crime, cometido com requintes de crueldade. Segundo o delegado adjunto da 32ª DP (Samambaia Sul), Fernando Celso da Silva, “o esquartejamento foi uma tentativa de dificultar a identificação da vítima”.

De acordo com Fernando, partes do cadáver estavam em locais próximos à moradia da vítima. A identificação só foi possível com a análise de impressões digitais. As roupas do vigilante foram apreendidas para exame pericial.

 

 

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Agentes da 32ª DP fazem a perícia no local
Roupas do vigilante também foram recolhidas para ajudar na investigação
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Bueiro na QR 327 de Samambaia, onde partes do corpo de Marcos Aurélio foram achadas

Hugo Barreto/Metrópoles
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Agentes da 32ª DP fazem a perícia no local

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Roupas do vigilante também foram recolhidas para ajudar na investigação

Hugo Barreto/Metrópoles

 

 

A família informou que o segurança sumiu quando voltava do trabalho, no SIG, e seguia rumo à Rodoviária do Plano Piloto. No terminal, pegaria um ônibus de volta para casa.

De acordo com a noiva, os pés e as mãos eram parecidos com os do segurança. “Além disso, tem uma cicatriz no antebraço direito idêntica à dele”, lamentou. Segundo ela, Marcos não tinha inimigos nem qualquer tipo de desavenças.

Crueldade choca
O caso chocou a quadra. Um despachante da rodoviária – que não quis se identificar – disse que nunca tinha ocorrido caso semelhante na região. “O terminal é tranquilo e não há registros de crimes com frequência. Vemos com surpresa essa situação, porque não é de acontecer. Aqui tem guerras de gangues”, afirmou.

O cobrador Félix Eduardo disse que todos os dias a vítima pegava a linha na qual ele trabalha, de Samambaia até a Samdu, em Taguatinga. “Na sexta [um dia antes de o homem desaparecer], ele pegou o coletivo na mesma parada, mas no sentido contrário.”

De acordo com Félix, a região é considerada perigosa. “Aqui era um lixão, uma pequena favela. Tinha tráfico, assassinato direto. Melhorou, mas ainda é perigoso. Recentemente, um cobrador da Marechal foi espancado aqui”, afirmou. O local onde o corpo foi encontrado é um terreno grande, com pontos de depósito de lixo. Os pedaços da vítima foram achados por crianças que passavam pela região.

Perícia no local
Segundo apurou o Metrópoles, o cadáver foi deixado no bueiro, de cerca de 3 metros de profundidade, há poucos dias. Após a coleta de digitais e exame de DNA, o Instituto Médico Legal (IML) confirmou a identidade da vítima.

Rosemberg Silva, 51 anos, mora em uma chácara perto do terminal. Para ele, a região é segura. “Vivo há dois anos e meio aqui. Todo dia faço o trajeto do terminal até a minha casa, e nunca foi perigoso. Meu filho também anda por essa região, às 23h, e nunca aconteceu nada com ele. É o primeiro caso que vejo de violência, mas acho que nem aconteceu aqui, devem ter cometido o crime em outra região e só desovado o corpo aqui”, destacou.

O comerciante Abimael Victor, 41, diz que a região merece atenção das autoridades da área de segurança. “É muito isolado e com pouca iluminação. Fiquei muito surpreso com essa história do corpo, porque nunca tinha visto nada com essa crueldade toda”, assinalou.

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