Mãe de servidor do Banco Central sobre mulher que o dopava: “Vai sugá-lo até a morte”
Aposentada de 77 anos afirmou que costumava ser trancada em um quarto pela nora e foi sendo afastada pela mulher do convívio com o filho
atualizado
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Aos 77 anos, a mãe do servidor aposentado do Banco Central vítima de maus-tratos, lesão corporal, castração química e cárcere privado, quebrou o silêncio. Em um desabafo de 20 minutos gravado em vídeo, Aida Maria Nunes Rodrigues revelou detalhes da relação de sua família com Maruzia das Graças Brum Rodrigues, 53 anos, acusada de dopar Eduardo Nunes Rodrigues, 49.
Atualmente, a professora aposentada mora em Niterói, no Rio de Janeiro. Segundo ela, Eduardo foi o caçula de três filhos, sempre muito ativo e brincalhão. Antes de conhecer a atual companheira, nunca havia apresentado nenhum problema de saúde. “Eles se conheceram no início dos anos 2000, e a Maruzia deu um jeito de casar rapidamente de papel passado sem avisar a ninguém do nosso lado da família”, disse.
A aposentada revelou ter sido afastada do filho pouco a pouco. “Anualmente, eu visitava meu filho ou ele ia para o Rio ficar comigo sempre nas férias, durante 30 dias. Mas passei a ser trancada em um quarto pela Maruzia, que me humilhava e coagia. Ela reclamava muito do meu filho, sempre de forma bastante agressiva. Ela nunca demonstrou nenhum tipo de amor, nem pelos três filhos que ela teve de outro casamento nem pelo filho de 21 anos que teve com Eduardo”, contou.
Mais dinheiro
Aida Maria afirmou que, mesmo abocanhando vencimentos integrais do ex-analista do Bacen, Maruzia exigia que ela pagasse uma espécie de pensão para o filho quando ambos estavam morando em Portugal. “Sou aposentada pelo INSS, e ela queria que eu pagasse uma pensão equivalente ao Euro, para que pagassem contas na Europa”, assinalou.
Chocada com o estado em que o filho se encontra, Aida deseja lutar na Justiça para conseguir a guarda de Eduardo e poder cuidar dele. “Quero meu filho e vou lutar para conseguir tirá-lo dessa situação. Vou amá-lo mais do que nunca. E, enquanto eu viver, quero ele perto de mim. Ela tem de ser punida. Nunca vi alguém tão má em toda a minha vida”, desabafou.
O caso
Vídeos, fotos e uma série de documentos foram juntados por três irmãos, filhos da suposta autora e enteados da vítima. O inquérito foi instaurado na 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul). O caso veio à tona após uma viatura da Polícia Militar e uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) serem acionadas para socorrer o ex-servidor do Bacen, em 8 de setembro.
Na delegacia, as testemunhas, filhas de Maruzia, contaram que a mãe dopava, agredia e obrigava o companheiro a tomar medicamentos usados para castração química. A motivação da mulher seria controlar a aposentadoria do analista do Bacen, com vencimentos próximos aos R$ 23 mil.
Os enteados da vítima esperaram o momento em que a mãe estaria passando por procedimentos de cirurgia plástica em um hospital no DF para tentar visitar Eduardo e descobrir em que condições ele vivia. Grogue e prostrado em uma cama, o homem não conseguia falar com coesão e apresentava hematomas e lesões nos braços, segundo uma das enteadas do servidor aposentado.
Busca e apreensão
Os três filhos de Maruzia acionaram a Justiça pedindo o deferimento de um pedido de busca e apreensão do aposentado em tutela de urgência e retirando a guarda mantida pela atual companheira. Para garantir o andamento do processo com todas as partes em solo brasileiro, o Judiciário oficiou à Polícia Federal determinando o bloqueio do passaporte de Eduardo, evitando que ele seja tirado do país.
A reportagem não localizou a defesa de Maruzia para comentar a acusação dos filhos e o andamento do processo envolvendo a busca e apreensão do aposentado.