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Mãe de rapaz assassinado por causa de celular no DF: “Dói muito”

Suspeito de matar Guilherme, 16 anos, ainda não foi encontrado. Polícia apura se ele conhecia a vítima

atualizado

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Material cedido ao Metrópoles
Guilherme
1 de 1 Guilherme - Foto: Material cedido ao Metrópoles

A família de Osterno Guilherme Martins Linhares de Sousa, 16 anos, está inconsolável. A mãe do rapaz assassinado na tarde dessa terça-feira (13/11) chegou a desmaiar na manhã desta quarta (14). Em uma breve entrevista ao Metrópoles, expressou toda a sua dor.  “Este é pior momento da minha vida. Dói muito perder uma das pessoas que eu mais amava. Meu filho era ótimo. Um herói. Mas eu acredito na justiça de Deus”, disse Ervanbichara Linhares.

Guilherme era um adolescente cheio de planos, que sonhava em ser bombeiro militar como o pai. Assim, o tio Clodoaldo Martins, 39 anos, descreve o sobrinho, que levou um tiro no queixo durante um assalto em plena luz do dia na QNO 18, Setor O de Ceilândia, após deixar a escola.

O suspeito, que estava de bicicleta e teria o apelido de “Galego”, ainda não foi localizado. A Polícia Civil apura se o acusado conhecia a vítima. “Em casos de homicídio, há uma linha de investigação mais rápida, pois presume-se que o autor conheça as vítimas. No de latrocínio, o criminoso escolhe uma vítima aleatória. Trabalhamos com as duas possibilidades”, disse o delegado-chefe da 24ª DP (Setor O), Ricardo Viana.

“Morreu por causa da porcaria de um celular que não valia nem R$ 50. Ele tinha todo um futuro pela frente. Sonhava em ser bombeiro igual o pai. Tinha 16 anos e ainda era inocente, puro. Todos gostavam dele. Um amor de menino. Era como um filho para mim. O Guilherme não tinha maldade nenhuma”, destacou o tio, que é fiscal de supermercado.

Cloadoaldo conta que recebeu a notícia por telefone. Chegando ao local, esperava encontrar o sobrinho vivo, mas se deparou com a cena do corpo no chão. A mãe de Guilherme passou mal diversas vezes.

Na terça, o pai do garoto também conversou com a reportagem. “Espero que as autoridades identifiquem e prendam o culpado”, cobrou o sargento do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) Antonio Linhares de Souza, lotado no 34º GBM, no Lago Norte.

Guilherme havia acabado de chegar em casa após voltar do Centro de Ensino 15 (CED 15), onde estudava. Ele tocou a campainha, mas ninguém atendeu. O rapaz ligou para o pai, e o militar pediu que o adolescente o esperasse na esquina de casa, para seguirem até a loja de estofados da família. Guilherme iria ajudar com os afazeres do estabelecimento. O colégio está fechado, em sinal de luto nesta quarta, e só reabre segunda (19/11).

Segundo Antônio Jordan, o irmão tinha uma rotina tranquila, que se resumia a ir para a escola e ajudar a família na tapeçaria. Mas a vida acabou de forma abrupta quando um ladrão abordou Guilherme. O bandido chegou em uma bicicleta, sacou a arma e anunciou o roubo.

Celular
De acordo com o relato de testemunhas, o ladrão reclamou do celular de Guilherme: disse que o aparelho era “muito velho” e mandou o adolescente lhe entregar outros objetos de valor. A vítima declarou não ter mais nada. O criminoso, então, disparou contra o rosto do rapaz, que correu por alguns metros e caiu.

Um dos socorristas envolvidos no atendimento da ocorrência contou ao Metrópoles que, quando a equipe de bombeiros chegou ao local, Guilherme ainda estava vivo, mas com os sinais vitais muito fracos. Mesmo com o socorro, o jovem não resistiu e morreu na rua, perto de casa.

A quadra onde ocorreu o latrocínio é a mesma na qual Maria Eduarda Rodrigues de Amorim, 5, foi assassinada em maio deste ano. O alvo dos disparos, segundo os familiares, seria um irmão da vítima, mas não o que foi baleado. De acordo com os vizinhos, tiroteios são comuns na região.

Maria Eduarda foi atingida três vezes: na cabeça, no tórax e na nádega. Ao ser ferida, caiu no corredor da casa. Foi levada por parentes ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC), mas chegou à unidade de saúde sem os sinais vitais.

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Marcas de bala na janela da casa da avó de Maria Eduarda
QNO 18, em Ceilândia
Rua onde ocorreu o crime
Maria Eduarda
Trabalho de Maria Eduarda em homenagem à mãe, Cláudia
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Marca de bala no portão da casa da família de Maria Eduarda

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Marcas de bala na janela da casa da avó de Maria Eduarda

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QNO 18, em Ceilândia

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Rua onde ocorreu o crime

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Maria Eduarda

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Trabalho de Maria Eduarda em homenagem à mãe, Cláudia

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Muro do colégio onde Maria Eduarda estudava mostra sinais da violência na região

Rafaela Felicciano/Metrópoles

 

A menina, que ia completar 6 anos em agosto, morava com a família nos fundos da casa da avó, na QNO 18, Conjunto 36, em Ceilândia. Marcos Rodrigues de Amorim, 19, irmão dela, entrava no quintal, numa noite de segunda-feira, quando dois homens chegaram em um Voyage preto e fizeram vários disparos.

Foi a segunda morte na região, que é marcada por guerra de gangues, em menos de 24 horas. Por volta das 21h30 do dia 20 de maio, um adolescente de 17 anos foi morto a tiros na frente da irmã, de 12, em uma parada de ônibus na QNO 17. A vítima não possuía passagens pela polícia e teria morrido, conforme informações preliminares dos investigadores, em razão de uma guerra entre grupos criminosos na área.

Colaborou Mirelle Pinheiro

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