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Mãe de PM morto em motel perdeu outro filho em 2021: “Viver novo luto”

Morto com um tiro na cabeça dado por um colega de corporação, corpo de Ivanildo foi velado no cemitério Campo da Esperança de Taguatinga

atualizado

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Breno Esaki/Metrópoles (@BrenoEsakiFoto)
Brasília (DF), 13/08/2024 Familiares velam o corpo do sargento Ivanildo Carvalho de Souza, 42 anos, morto em Motel após enfrentar abordagem policial, na madrugada da última segunda-feira (12/8). Local: Campo da Esperança- Taguatinga. FOTO: BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto
1 de 1 Brasília (DF), 13/08/2024 Familiares velam o corpo do sargento Ivanildo Carvalho de Souza, 42 anos, morto em Motel após enfrentar abordagem policial, na madrugada da última segunda-feira (12/8). Local: Campo da Esperança- Taguatinga. FOTO: BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto - Foto: Breno Esaki/Metrópoles (@BrenoEsakiFoto)

Familiares e amigos de Ivanildo Carvalho de Souza, 42 anos, deram o último adeus ao 3ª sargento da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), na tarde desta terça-feira (13/8), no cemitério Campo da Esperança de Taguatinga.

O policial foi morto com um tiro na cabeça dado por um colega de corporação na madrugada dessa terça-feira (12/8), após uma briga com um motorista de Uber na porta de um motel também em Taguatinga (leia mais abaixo).

Desolada, a mãe de Ivanildo, Rosilda Carvalho (foto em destaque), 60 anos, revela que ainda não havia se recuperado da dor de perder um filho. Em outubro de 2021, a família viu partir Elvis Carvalho, 34 anos, morto após um infarto fulminante. “Eu nem me recuperei de um luto e já serei obrigada a viver outro”, lamenta. Elvis deixou dois filhos, hoje com 6 e 8 anos. Eles vivem com os avós, em Vicente Pires.

Rosilda lembrou com emoção das conversas que tinha com Ivanildo. “Quando ele saía para trabalhar, ele sempre me falava: ‘Mãe, estou indo combater o crime, reza para que eu volte’”, comentou.

“Atiraram na testa do meu filho, o único que eu tinha. Nunca mais vinha vida vai ser a mesma.”

O pai dele, Francisco Arruda, 68, pediu por justiça. “Na minha visão, os policiais não fizeram o procedimento correto. Se você errar, você tem que morrer? Isso não entra na minha cabeça”, questionou. “Eles são treinados. Deveriam tê-lo prendido. Eu, como pai, peço justiça. Quero saber dos fatos direitinho, porque ainda não sabemos.”

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“Eu nem me recuperei de um luto e já serei obrigada a viver outro”, lamenta a mãe de Ivanildo, Rosilda Carvalho
O pai, Francisco Arruda, pede por justiça. “Na minha visão, os policiais não fizeram o procedimento correto. Se você errar, você tem que morrer?! Isso não entra na minha cabeça”
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Morto com um tiro na cabeça dado por um colega de corporação nessa segunda-feira (12/8), Ivanildo foi velado no cemitério Campo da Esperança, em Taguatinga

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“Eu nem me recuperei de um luto e já serei obrigada a viver outro”, lamenta a mãe de Ivanildo, Rosilda Carvalho

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O pai, Francisco Arruda, pede por justiça. “Na minha visão, os policiais não fizeram o procedimento correto. Se você errar, você tem que morrer?! Isso não entra na minha cabeça”

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Ivanildo Carvalho de Souza

Arquivo cedido ao Metrópoles

Segundo Francisco, Ivanildo era “um cara correto” e que “gostava do que fazia”.

“Ele foi formado em Eletrotécnica na Escola Técnica de Brasília (ETB). Eu mesmo treinei ele na Eletrobrás, onde eu trabalhei por 34 anos. Depois, foi para a PMDF e trabalhava muito bem, tinha mais de 20 anos de corporação”, descreveu o pai.

Confusão no motel

A tragédia ocorreu após o militar reagir à abordagem de colegas de farda em um motel de Taguatinga. Os militares foram acionados após Ivanildo iniciar uma briga com um motorista de Uber antes de entrar no estabelecimento.

Segundo a companheira do policial, eles foram a um bar em Samambaia Norte. Após aproximadamente uma hora, decidiram ir para outro bar na mesma região. O policial teria passado a tarde bebendo cerveja e caipirinha. Quando o restaurante fechou, de madrugada, o casal foi até um motel de Taguatinga.

A mulher explicou que estava mexendo no celular quando notou que seu companheiro estava discutindo com um motorista de aplicativo após suposta colisão entre os veículos na entrada do motel. Durante a discussão, a mulher afirmou que o sargento pegou a arma da cintura e mostrou ao motorista do outro carro.

Assim que o casal entrou no motel, a mulher relatou que perguntou ao companheiro o motivo da reação violenta, pois nunca o viu daquela forma desde que se conheceram, há oito anos. O militar, revoltado, teria falado que não bateu no veículo.

Já o motorista do Uber contou que, ao perceber a batida, desceu do veículo e foi até o lado do motorista, que inicialmente o ignorou. Contudo, após o condutor insistir para reparar o dano, o PM colocou a arma para fora do carro e passou a fazer ameaças dizendo: “Você é pau no cu; vá se foder; Vá para a puta que pariu; Está ai com dois viadinhos para fazer programa”, relatou.

Devido à briga, os passageiros não quiseram mais entrar no Uber, liberando o motorista. Com a entrada do casal no motel, o condutor ligou para o 190 informando a situação da ameaça com arma de fogo.

Após 10 minutos, a polícia chegou. Algum tempo depois, a testemunha contou que ouviu dois disparos. Chegaram outras viaturas e o Corpo de Bombeiros, que levou o policial ao hospital.

Resistência e tiro na cabeça

Os policiais que atenderam a ocorrência explicaram que foram acionados por meio do 190 para atender uma situação de ameaça em frente ao motel. Ao chegar ao local, o motorista do transporte por aplicativo contou que foi ameaçado por um homem com uma arma de fogo.

Os PMs seguiram para o quarto onde estaria o tal indivíduo. A equipe alegou que se identificou como policiais militares ao menos quatro vezes. Pediram para o autor sair do quarto. Em resposta, o suspeito falou que também era policial e foi até a porta com a arma em punho.

Os militares afirmam que solicitam para que ele abaixasse a arma e se identificasse, já que teria falado ser policial. Em movimento brusco, o homem levantou a arma e apontou para a equipe. Neste momento, os policias revidaram com dois disparos. Um acertou a parede e outro a cabeça do sargento, que não resistiu e morreu no Hospital Regional de Taguatinga.

O caso foi registrado na 21ª Delegacia de Polícia (Pistão Sul) como homicídio, ameaça e morte por intervenção de agente do estado.

Em nota, a Uber informa que o caso “não teria ocorrido durante viagem com o aplicativo”. “De qualquer forma, a Uber permanece à disposição dos órgãos de segurança para colaborar com as investigações, na forma da lei”, diz a empresa.

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