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Mãe de mulher que morreu em UPA: “Não se importaram com a vida dela”

Parentes de Patrícia Elen, de 33 anos, disseram que a recepcionista teve atendimento recusado no Hospital Regional de Samambaia

atualizado

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1 de 1 Patricia.Elen - Foto: Reprodução/Facebook

“Trataram minha filha como se fosse um mero pedaço de carne.” A declaração forte escancara a dor da mãe da recepcionista Patrícia Elen, 33 anos, que morreu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Samambaia após ter o atendimento negado no Hospital Regional de Samambaia (HRSam), na última quinta-feira (6/12). Edna Sousa diz que o sentimento da família é de revolta.

A mãe explica que Patrícia começou a ter o atendimento negligenciado pelas unidades públicas de saúde duas semanas antes de morrer. “Ela reclamava de dores no peito e de mal-estar. Fomos ao hospital regional e na UPA de Ceilândia, mas não a atenderam. Nos disseram que ambos estavam sem médico”, denunciou.

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Edna conta que, três dias após não conseguirem o atendimento no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) e na UPA da cidade, “o corpo de Patrícia deu um aviso”. A moça desmaiou no trabalho e precisou da ajuda dos colegas para ser levada a um hospital das proximidades. No local, realizou exames, que, segundo Edna, “não apontaram nada de mais”.

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Patrícia era casada e deixa filha pequena
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Vítima morreu na quinta-feira (6/12)

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Com medo, a mãe pediu à filha que fosse ficar na casa dela, localizada em Samambaia. Foi quando Patrícia apresentou uma piora no seu estado de saúde. “Saí para trabalhar ontem [quinta] de manhã e meu filho me ligou, pedindo que corresse para casa, pois ela já não estava bem”, contou ao Metrópoles.

O primeiro passo dos familiares foi acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas os parentes foram informados que não havia ambulância disponível. A atendente aconselhou a mãe a “correr para a UPA mais próxima”. No entanto, como ela mora perto do HRSam, dirigiu-se a esse hospital.

Cheguei ao pronto-socorro buzinando. O segurança veio com uma cadeira, mas a enfermeira começou a gritar, dizendo que precisava ir para a UPA porque não tinha como minha filha ser atendida. Não se importaram com a vida dela

Edna Sousa, mãe de Patrícia

Desesperada e após receber a recusa no atendimento, ela seguiu para a UPA de Samambaia. Segundo a mãe, Patrícia já chegou sem vida ao local. “Tentaram reanimá-la por 40 minutos, mas disseram que ela já não estava mais respirando. Minha filha morreu no caminho”, garantiu Edna. Após a morte da filha, ela voltou ao hospital.

Confira no vídeo abaixo:

 

Patrícia Elen era casada e deixa uma filha, de apenas 5 anos. O corpo foi encaminhado para ao Instituto Médico Legal (IML) para fazer necropsia, que irá mostrar a causa da morte. O velório Patrícia seria neste sábado (8) no cemitério de Taguatinga, mas foi transferido para domingo (9) pois o procedimento ainda não havia sido concluído. A família registrou boletim de ocorrência por omissão de socorro.

Outro lado
Em nota, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal lamentou o ocorrido e informou que Patrícia “não passou por nenhuma avaliação no Hospital Regional de Samambaia, tampouco fez a guia de atendimento”. No entanto, disse que as direções das respectivas unidades públicas de saúde abriram investigação interna para apurar o ocorrido e tomar as medidas cabíveis ao caso.

A pasta confirmou a denúncia de falta de ambulâncias do Samu. Segundo a secretaria, todas as viaturas estavam em atendimento no momento em que foram solicitadas pela família de Patrícia. Porém, a atendente “seguiu o protocolo e indicou que a paciente fosse imediatamente levada à UPA”.

Por fim, a pasta informou que o corpo de Patrícia foi encaminhado ao Serviço de Verificação de Óbito de Ceilândia e os familiares dela compareceram ao local nesta sexta-feira (7) para orientações e, se necessário, autorização para a realização de necropsia.

Em meio à dor e à revolta, a família da recepcionista espera informações do Hospital Regional de Samambaia para registrar ocorrência policial.

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