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Mãe de Lázaro não acompanhará enterro. “A dor é cada dia pior”

O corpo do maníaco já está liberado pelo IML da capital de Goiás, mas é preciso que um parente de primeiro grau faça a retirada

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Reprodução/TV Bahia
Eva, mãe de Lázaro Barbosa
1 de 1 Eva, mãe de Lázaro Barbosa - Foto: Reprodução/TV Bahia

A mãe do maníaco Lázaro Barbosa, 32 anos, confirmou ao Metrópoles que não acompanhará o enterro do filho. Eva Maria de Souza, 51, mora em Barra do Mendes, na Bahia, e afirmou não ter condições emocionais de viajar para participar do sepultamento. “A dor é cada dia pior”, contou.

O corpo de Lázaro já está liberado pelo Instituto Médido Legal (IML) de Goiânia (GO), mas é preciso que um parente de primeiro grau faça a retirada.

A tia de Lázaro, Zilda Maria de Souza, disse que o advogado Wesley Lacerda deve cuidar dos trâmites. O defensor ressaltou à reportagem que presta auxílio à família por questão de caridade. “Optaram por fazer uma cerimônia fechada e somente para familiares. A data e o local não serão divulgados”, afirmou Wesley.

O serial killer foi morto após trocar tiros com integrantes da Polícia Militar de Goiás (PMGO). O confronto ocorreu na manhã de segunda-feira (28/6), em Águas Lindas (GO), e colocou fim numa caçada que durava 20 dias e mobilizou uma verdadeira ação de guerra.

Chacina

Lázaro é suspeito de ter cometido uma série de crimes no período que antecedeu a chacina de quatro membros de uma família no Incra 9, em Ceilândia, em 9 de junho último. Em duas propriedades rurais, em Edilândia e Girassol, foram pelo menos três homicídios, relatou ao Metrópoles o dono de uma fazenda na região.

O homem, que pediu para não ser identificado, afirma que Lázaro matou a tiros seu caseiro e o cunhado dele na noite de 27 de abril deste ano. Depois de render a família e matar os dois, o criminoso fugiu levando uma espingarda e três celulares.

“O José (caseiro) estava conversando com o Valmir (cunhado do caseiro), que veio visitar a irmã justamente naquele dia, e aí apareceu o Lázaro. Ele invadiu a fazenda pela mata e rendeu todo mundo, a mulher do caseiro, os quatro filhos pequenos, e deu os tiros na frente da mulher e das crianças.”

O fazendeiro declarou que seu funcionário chegou a reconhecer Lázaro como autor dos disparos, quando a polícia mostrou uma foto do suspeito, ainda no primeiro atendimento, na propriedade rural. O caseiro chegou a ser levado ao Hospital de Base, onde veio a falecer.

Segundo o dono da fazenda, Lázaro também matou o caseiro de uma fazenda em Girassol. Conhecido pelo apelido de Japão, Ricardo Ossamu Araki morreu atingido por um tiro no pescoço na madrugada de 5 de junho, quatro dias antes da chacina no Incra 9.

O dono da fazenda disse que o maníaco era conhecido na região e costumava invadir os espaços rurais para roubar, matar e estuprar. Segundo ele, muitos donos de terras acabaram vendendo seus imóveis e se mudaram dali por medo do Lázaro.

“Ele vivia botando o terror por essas redondezas fazia anos. Antes eram ele e o irmão. Aí mataram o irmão e ele passou a agir sozinho. Ele cresceu ali, morou muito tempo, conhecia a mata como a palma da mão. Sabia como invadir as fazendas e fugir sem deixar rastro”, afirmou o produtor rural.

Dúvidas

A polícia quer esclarecer pontos nebulosos da relação do psicopata com uma suposta rede criminosa que pode explicar o terror espalhado pelo maníaco ao longo de 20 dias no DF e em Goiás. Crimes por encomenda, disputas de terras e especulação imobiliária estão entre as linhas a serem exploradas pelas investigações.

Há oito inquéritos abertos em Goiás sobre crimes praticados por Lázaro. O matador teria mais de 30 crimes nas costas – entre os quais, homicídios, latrocínios (roubo seguido de morte), assaltos e estupros.

Outros sete inquéritos foram abertos pela Polícia Civil do DF (PCDF) por roubo, homicídio e estupros. Cinco são de 2021 e um de 2009. Todos em Ceilândia, região em que o psicopata morava com a mulher e a filha.

Durante os 20 dias de fuga após matar os Vidal, Lázaro invadiu chácaras, fez famílias reféns e baleou outras quatro pessoas, entre elas um policial.

 

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O maníaco foi levado ao Hospital Bom Jesus, mas não resistiu aos ferimentos
Secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda
Movimentação na base da megaoperação das buscas por Lázaro
Policiais foram aplaudidos pela população de Águas Lindas de Goiás
Cidadãos acompanharam a megaoperação policial para prisão de Lázaro. Ele foi morto durante troca de tiros
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Moradores soltaram fogos de artifício após a captura do maníaco

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O maníaco foi levado ao Hospital Bom Jesus, mas não resistiu aos ferimentos

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Movimentação na base da megaoperação das buscas por Lázaro

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Policiais foram aplaudidos pela população de Águas Lindas de Goiás

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Cidadãos acompanharam a megaoperação policial para prisão de Lázaro. Ele foi morto durante troca de tiros

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População aplaude policiais após captura de Lázaro

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Movimentação em Águas Lindas após captura de Lázaro

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Lázaro foi levado ao Hospital Bom Jesus, em Águas Lindas, após troca de tiros com a polícia

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Agentes no Siops de Águas Bonitas, em Águas Lindas, acompanham as últimas notícias sobre a prisão de Lázaro

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Ex-sogra de Lázaro Barbosa

Gustavo Moreno/Especial Metrópoles
Jagunço

Segundo o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, as investigações apontam que Lázaro agiria como jagunço e segurança, “um executor de ordens”. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), também falou na mesma linha: “Ele não é um lobo solitário. Tem uma quadrilha por trás”.

Outro fato que reforça a teoria é o dinheiro encontrado no bolso de Lázaro: R$ 4,4 mil. O dinheiro seria utilizado para o psicopata sair de Goiás, já que não havia interesse na rede que o acobertava que ele fosse preso e entregasse seus comparsas.

Na mochila do criminoso, também havia remédios, alimentos instantâneos e muita munição. Itens de difícil acesso pelo maníaco, que estaria escondido na mata durante o período que esteve foragido. O psicopata também estava com a barba feita e usava um agasalho da Polícia Militar do DF.

A área entre Edilândia, Girassol e Cocalzinho, em Goiás, onde Lázaro se escondeu por boa parte de sua fuga, também é alvo de especulação. A força-tarefa que procurava pelo criminoso chegou a falar que, com a presença dele na região, chacareiros e fazendeiros começaram a vender propriedades a preços mais em conta, o que poderia favorecer o enriquecimento de outras pessoas, como Elmi Caetano, 74, preso por ajudar o psicopata.

Outra ponta das investigações é o assassinato de um caseiro em Cocalzinho, dias antes da chacina da família Vidal. Segundo testemunhas, Lázaro chegou encapuzado e com colete à prova de balas. Entrou na propriedade atirando e não levou qualquer pertence da vítima. O inquérito está aberto, e uma execução não está descartada.

Ao ser questionado sobre a existência de um esquema de compra e vendas de lotes na região, ao qual Lázaro pudesse fazer parte, Rodney Miranda afirmou que as investigações trabalham em todas as linhas. “Temos várias linhas de investigação, e essa é uma delas. Nós entendemos que teve participação de outras pessoas. Ou no mando ou até na execução. Isso será esclarecido posteriormente”, complementou o secretário de Segurança Pública de Goiás.

Veja fotos das operações em Goiás:

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Lázaro Barbosa, foragido que mobilizou a polícia de GO e do DF em junho deste ano

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O maníaco foi levado ao Hospital Bom Jesus, mas não resistiu aos ferimentos

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Coronel da PMDF Jorge Eduardo Naime, ex-comandante do Departamento de Operações

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Rodney Miranda, secretário de Segurança Pública de Goiás

Arthur Menescal/ especial para o Metrópoles
Personalidade violenta

Laudo psicológico feito no âmbito de um dos processos contra Lázaro Barbosa, em 2013, constatou que o homem tinha características de personalidade violenta, como agressividade, ausência de mecanismos de controle, dependência emocional, impulsividade e instabilidade emocional.

Ainda de acordo com os psicólogos que assinam o documento, ao qual o Metrópoles teve acesso, o criminoso tinha possibilidade de “ruptura do equilíbrio, preocupações sexuais e sentimentos de angústia”.

O maníaco, segundo os especialistas, teve o desenvolvimento psicossocial prejudicado devido a agressões familiares, uso abusivo de álcool e drogas, falecimento familiar, abandono das atividades escolares, trabalho infantil e situação financeira precária.

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