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Mãe de gamer induzida ao suicídio desabafa sobre criminosos: “Eles debocham das famílias”

Computador e celular de vítima no DF têm registros de conversas com criminosos. Informações ajudaram investigações na prisão do grupo

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
depressão
1 de 1 depressão - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O grupo criminoso acusado de incentivar o suicídio da estudante, estagiária e gamer, de 21 anos, debochava de vítimas e famílias, segundo relato da mãe da jovem. A moradora do Paranoá morreu em 3 de fevereiro de 2021. Em conversa pela internet, os bandidos induziram a menina a ingerir uma substância tóxica.

Segundo a mãe, que tem 41 anos, o computador e o celular da vítima permaneceram ligados durante a tragédia. As informações subsidiaram as investigações da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), levando à prisão dos bandidos durante uma megaoperação na quarta-feira (29/9).

Em conversa com o grupo de criminosos, a vítima informou a quantidade da substância ingerida, bem menor do que a dose indicada pelos bandidos para o teste. “Um deles fala para ela: doida, pelo seu peso, essa dose é letal”, contou a mãe da estudante. “Esse grupo incentiva as pessoas. Eles debocham das famílias”, alertou.

Após a tragédia, tentaram retomar a conversa com a vítima. “Eles ficam falando: Cadê a menina? Cadê a menina?”, contou a mãe. Segundo a família, os bandidos estavam preocupados com o risco de serem encontrados. “Porque a pessoa que faz, tem que apagar tudo para sair disso. E ela não apagou. Não era a intenção dela”, contou.

“Muita gente já tinha pedido socorro nas redes sociais. Mas ninguém nunca conseguiu ajuda. Pelo que estou vendo, esse é o primeiro caso”, alertou a mãe. De acordo com a família, os criminosos eram extremamente persuasivos, conversando no patamar de psicólogos.

“Ela tinha depressão. Mas ela teve um incentivo. E eles foram esse incentivo”, comentou. Pelos relatos registrados nos equipamentos, a família descobriu que a jovem tentava sair do grupo tóxico. “Mas eles diziam que tinham o melhor caminho, diziam que para acabar com o sofrimento a saída era essa. Eles chamavam de volta”, explicou.

Pelo relato da família, há registros de conversas dos bandidos com a gamer desde novembro de 2020. Nesse contexto, a mãe contou que a menina nunca deixou transparecer o contato virtual com o grupo criminoso. Ao longos dos últimos meses, a jovem apresentava sinais de melhora na luta contra a depressão.

Busque ajuda

O Metrópoles tem a política de publicar informações sobre casos de suicídio ou tentativas que ocorrem em locais públicos ou causam mobilização social. Isso porque é um tema debatido com muito cuidado pelas pessoas em geral. O silêncio, porém, camufla outro problema: a falta de conhecimento sobre o que, de fato, leva essas pessoas a se matarem.

Depressão, esquizofrenia e o uso de drogas ilícitas são os principais males identificados pelos médicos em um potencial suicida. Problemas que poderiam ser tratados e evitados em 90% dos casos, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria.

Está passando por um período difícil? O Centro de Valorização da Vida (CVV) pode te ajudar. A organização atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail, chat e Skype 24 horas todos os dias.

 

Arte/Metrópoles

 

Disque 188

A cada mês, em média, mil pessoas procuram ajuda no Centro de Valorização da Vida (CVV). São 33 casos por dia, ou mais de um por hora. Se não for tratada, a depressão pode levar a atitudes extremas.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada dia, 32 pessoas cometem suicídio no Brasil. Hoje, o CVV é um dos poucos serviços em Brasília em que se pode encontrar ajuda de graça. Cerca de 50 voluntários atendem 24 horas por dia a quem precisa.

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