Mãe de Bernardo pede que pessoas continuem orando pelo filho
Tatiana da Silva agradeceu o apoio que tem recebido e disse que familiares não reconheceram o corpo encontrado na Bahia como sendo do menino
atualizado
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Tatiana da Silva, 30 anos, mãe do menino Bernardo, de 1 ano e 11 meses, postou mensagem em suas redes sociais na noite desta sexta-feira (06/12/2019) pedindo às pessoas que continuem orando pelo filho dela. Paulo Roberto de Caldas Osório, 45, pai do garoto, confessou tê-lo matado com uma dose de remédios controlados misturados a suco de uva.
“Gostaria de agradecer desde já toda a colaboração, oração, sensibilidade de todos perante o caso do nosso Bernardo. A polícia informa que, no momento, não é possível afirmar que se trata do Bernardo. Agradeço e venho pedir que continuem orando por toda a nossa família e em especial por Bernardo”, desabafou.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) informou que a família não reconheceu o corpo encontrado na Bahia como sendo de Bernardo. Segundo a corporação, representantes da Divisão de Repressão a Sequestros (DRS) e familiares da criança foram até a cidade de Itaberaba para fazer o reconhecimento do cadáver localizado pela polícia baiana.
Fotos mostram a cadeirinha e o local onde foi encontrado corpo que pode ser de Bernardo:
“O reconhecimento visual não foi possível e o confronto de digitais foi inconclusivo. Por esses motivos, a identificação deverá ser realizada por meio de outros exames, como o de DNA. A PCDF informa que no momento não é possível afirmar que se trata do cadáver da criança ocultado pelo pai”, diz o texto.
O Metrópoles ouviu policiais na Bahia que confirmaram ter achado, nessa quinta-feira (05/12/2019), por volta das 15h, um corpo de criança, que teria as mesmas características de Bernardo, que usava calça azul listrada e blusa branca de manga longa no dia de seu desaparecimento. O cadáver estava em estado avançado de decomposição. Uma cadeirinha foi encontrada um pouco mais à frente.
Fontes ligadas à investigação no DF confirmaram que a cadeirinha é de Bernardo. O cordão de âmbar que o menino usava estava no corpo encontrado.
Entenda o caso
Paulo Osório usava medicamentos controlados. Para insônia, tomava hemitartarato de zolpidem: remédio que ajuda pacientes com insônia a adormecerem. Aos investigadores da DRS, o homem afirmou ter dopado o pequeno Bernardo com o sonífero usado em seu tratamento. A morte, conforme contou, teria sido provocada por uma superdosagem da substância.
Em seu relato à polícia, o homem disse ter diluído três comprimidos no suco de uva que deu ao filho. Um copo infantil foi achado na casa de Paulo. Dentro do carro dele, havia pacote de biscoito e uma faca. Depois de descobrir que o filho tinha morrido, Paulo Osório deixou o corpo às margens de uma rodovia na Bahia com a cadeirinha e fugiu. O município de Palmeiras, onde o cadáver foi localizado, fica a 1.055 km do Distrito Federal. Paulo seguiu viagem e passou por Salvador e Guarajuba, região litorânea da Bahia.
De lá, fugiu para Alagoinhas, com o intuito de sair de perto da BR, onde a Polícia Rodoviária Federal o procurava. O esconderijo não funcionou e Paulo acabou preso pela Polícia Civil do Distrito Federal no domingo (01/12/2019).
O crime teria ocorrido entre a tarde de sexta-feira (29/11/2019) e a madrugada de sábado (30/11/2019). Paulo Osório pegou o filho na escola e disse que iria viajar com ele. Para a polícia, o homem queria se vingar de Tatiana. A mulher recorreu à Justiça para que ele pagasse pensão ao menino. Em áudios, o agente de estação do Metrô-DF chegou a dizer à mãe da criança que ela entenderia o que era viver sem o filho.
Aos 18 anos, Paulo Osório foi preso e cumpriu pena na Ala Psiquiátrica da Papuda por matar a própria mãe.
Confira fotos do caso:
Veja vídeo em que Paulo fala sobre o crime: