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Mãe de atleta que sofreu golpe vai à Justiça: “Já choramos muito”

Golpista teria se aproveitado do fato de o jovem ter incapacidade intelectual para convencê-lo a fazer empréstimos e transferências

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Imagem de um homem mexendo no celular sobre uma mesa com um buquê de flores e uma caneca
1 de 1 Imagem de um homem mexendo no celular sobre uma mesa com um buquê de flores e uma caneca - Foto: Mikhail Nilov/Pexels

A mãe de um dos alunos da Associação de Centro de Treinamento de Educação Física Especial (Cetefe) que sofreram golpes decidiu procurar a Justiça. O filho dela teria sido forçado a fazer dois empréstimos de R$ 15 mil para uma mulher, que seduziu e enganou diversos jovens. Conforme revelou o Metrópoles no início da semana, a jovem, de 23 anos, estaria abordando atletas de Futebol de 7 do Cetefe para enganá-los.

No caso específico do rapaz que afirma ter perdido cerca de R$ 30 mil, a mãe diz que a golpista foi buscá-lo na porta de casa, no Itapoã, e o levou até duas agências em Sobradinho. A suspeita teria se aproveitado da insuficiência intelectual do rapaz para convencê-lo a fazer tudo. “Ela o convenceu a fazer um cartão de crédito e um empréstimo, alegando que aquilo seria necessário para uma vaga de emprego e que devolveria o dinheiro posteriormente”, disse a mãe da vítima ao Metrópoles.

“Estamos entrando na Justiça contra a suspeita e também contra os bancos, porque ela foi com meu filho em duas agências e os funcionários puderam ver que ela não tinha nada a ver com ele. Eles deveriam ter ao menos desconfiado”, comenta a mãe do jovem de 27 anos.

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) marcou audiências entre os envolvidos para o fim de novembro e o início de dezembro. “Enquanto isso, tenho que ir pagando as dívidas, né?! Elas vão só chegando e se acumulando”, lamenta a mãe.

“Meu filho está chorando muito. Todo mês ele tinha o dinheiro do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e, por causa dos empréstimos, o valor é descontado. Agora ele vai viajar com o pessoal do futebol e vai ter que comprar meião, chuteira, levar dinheiro para almoço, lanche, essas coisas. Ele ficou sem nenhum centavo. Está desesperado. Já choramos muito, toda mãe tomam as dores do filho.”

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga o caso. A delegada-chefe da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), Íris Helena Rosa, informou que a apuração está em andamento. Pelo menos três jovens teriam sido vítimas dos golpes. “Ainda estamos ouvindo os envolvidos. Precisamos avançar para entender melhor as versões deles, além dos elementos materiais”, declarou ao Metrópoles.

O Cetefe teve conhecimento do caso e confirma a reunião entre alunos, pais e professores ocorrida na semana passada, revelada na primeira reportagem. Nathália Cavalcanti, gestora da escola, afirma que a associação tem dado suporte aos envolvidos. “Além disso, passamos o caso para docentes de outras modalidades e pedimos que nos repassem qualquer informação relacionada a isso”.

A diretora comentou que acredita que a golpista ainda esteja atuando. “A gente desconfia que algum aluno ainda tenha contato com ela. Pode ser que alguns deles não tenham percebido que trata-se de um golpe. Ela usa vários números, com fotos diferentes”, explicou à reportagem.

O Metrópoles fez contato telefônico com a suspeita, que atendeu e desligou em seguida. Depois, a jovem não respondeu mais. O espaço está aberto para possíveis manifestações.

Técnicas de abordagem

Segundo familiares dos jovens que fazem aula de Futebol de 7 no Cetefe, a jovem vem aliciando os rapazes há cerca de três meses. Ela tem várias formas de abordá-los. A alguns, ela oferecia emprego e dizia que precisava de dados sensíveis para fazer um cadastro; para outros, chegava a falar que queria namorar com os rapazes para contar com a confiança deles.

A gestora Nathália revela que dois alunos quase se desentenderam após a golpista ter dito que era namorada deles. “Eles tiveram um princípio de discussão durante a reunião por causa disso, mas conseguimos explicar que tratava-se de um golpe.”

Em vários casos, a suspeita marcou reuniões presenciais com as vítimas para ter acesso ainda mais facilitado a dados pessoais.

Chocada com a frieza dos golpes, a mãe de uma das vítimas lamenta o fato de a autora ter se aproveitado da vulnerabilidade de pessoas com deficiência. “Foi de uma maldade gigante. Esses meninos são super carentes, porque, às vezes, não têm uma inserção correta na sociedade. Alguns deles nunca namoraram”, lamenta.

“A nossa vida é tão desafiadora, nós abrimos de mão de tantas coisas para cuidar de nossos filhos… acabamos de passar pelo Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência e recebemos isso de presente.”

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