Mãe comemora aplicação de remédio mais caro do mundo na filha: “Fundamental para cura”
Ísis Marcolino da Luz, 8 meses, tornou-se a segunda bebê a receber o remédio mais caro do mundo — o Zolgensma — no Distrito Federal
atualizado
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Diagnosticada com Atrofia Muscular Espinhal (AME) tipo 1, a bebê Ísis Marcolino da Luz, 8 meses, recebeu, nesta quarta-feira (3/5), o remédio mais caro do mundo — Zolgensma. Natural de Ibura (PE), a criança veio ao Distrito Federal para iniciar o tratamento e tomar o medicamento injetável em um hospital particular de Águas Claras.
O centro de atendimento médico-hospitalar HDia é o único do Centro-Oeste credenciado pelo laboratório que produz o medicamento para ministrar o remédio. A recém-nascida conseguiu na Justiça o direito de ser tratada com o medicamento especial e se tornou a segunda criança a receber a o fármaco na capital do país.
“Esse momento representa um passo fundamental para a cura da Ísis. A medicação traz tranquilidade ao nosso coração. Estávamos com medo da evolução [da atrofia muscular], pois sabíamos que ela interferiria no desenvolvimento de nossa filha. Com essa terapia gênica, a doença modificará o curso”, comemorou a mãe da criança, Danielle Marcolino.
A família voltou para o hotel em que está hospedada na capital federal, e Ísis ficará sob observação no HDia. A previsão é de que os pais da criança e a bebê voltem para Recife, onde moram, em breve. Lá, a menina continuará o tratamento.
O que é
A AME é uma rara e grave doença genética neuromuscular. Degenerativa e irreversível, ela interfere na capacidade de o corpo produzir uma proteína considerada essencial para a sobrevivência dos neurônios motores — responsáveis por movimentos voluntários vitais simples, como respirar, engolir e se mover.
O tratamento da doença requer a aplicação de medicamentos especiais, como o Zolgensma. O remédio, desenvolvido por um laboratório nos Estados Unidos, é vendido por uma empresa suíça e custa cerca de R$ 6,5 milhões. Além disso, para ser eficaz, deve ser administrado até os 2 anos de idade.
O Zolgensma é aplicado em dose única no paciente com AME, por meio de injeção na veia. Na corrente sanguínea, os anticorpos do organismo identificam as cápsulas genéticas e iniciam, em minutos, o processo para eliminar os invasores que causam a doença.
Apesar da liberação dos genes pelo medicamento, eles não são incorporados ao DNA do paciente, mas ficam no interior dos neurônios motores. Dentro da célula, o material genético cumpre a função de produzir a proteína necessária para devolver o movimento às crianças.