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Lutador de jiu-jítsu se passa por servidor e acessa serpentário do Zoo no DF

Luiz Gustavo Jabour Tannuri de Almeida estava acompanhado do também lutador de jiu-jítsu, o canadense Brian Beauchamp, e foi preso

atualizado

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Ivan Mattos/ Zoológico de Brasília
Naja no Zoo de Brasília
1 de 1 Naja no Zoo de Brasília - Foto: Ivan Mattos/ Zoológico de Brasília

Um lutador de jiu-jítsu foi preso em flagrante, nessa terça-feira (19/01), após tentar subornar um vigilante do Jardim Zoológico de Brasília e se apresentar como servidor do Governo do Distrito Federal. Luiz Gustavo Jabour Tannuri de Almeida, 44 anos, estava acompanhado por outro lutador, o canadense Brian Beauchamp. O caso está sendo investigado pela 21ª Delegacia de Polícia (Pistão Sul).

Segundo o relato de funcionários, Luiz Gustavo insistiu em entrar no local, que estava fechado para visitação. Ofereceu dinheiro aos vigilantes para que a entrada fosse liberada. Diante da negativa, os dois homens foram embora. Horas depois, a responsável pelo Jardim Zoológico recebeu uma mensagem em seu WhatsApp particular, de um número desconhecido, onde a pessoa se identificou como Luiz Tannuri, Diretor da Secretaria de Desenvolvimento Econômico.

No texto, o homem solicitava acesso ao Zoo e a permanência de uma hora no recinto. A mensagem também informava que o suposto servidor estava com alguns investidores estrangeiros, do Canadá. A funcionária do Zoo chegou a argumentar que o local estava fechado para visitação pública em decorrência da pandemia, funcionando apenas de quinta a domingo.

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Atleta costuma postar fotos em zoológicos internacionais
Ele estava acompanhado de um canadense
Atleta passou por audiência de custódia
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Lutador foi preso em flagrante

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Daniel Ferreira/Metrópoles

O suposto servidor, então, afirmou que seriam apenas duas pessoas, ele e um biólogo chamado Brian Beauchamp. Acrescentou que o canadense iria embora do país no dia seguinte e que o estrangeiro estava estudando a possibilidade de fazer o projeto de um aquário no Zoológico. A entrada da dupla, então, foi liberada.

Acompanhados de funcionários do Zoológico, Luiz Tannuri e Brian pediram para visitar o serpentário, adentrando em área restrita e passaram a filmar os répteis. A chefe da Superintendência de Conservação e Pesquisa, que também acompanhava a visita, desconfiou das atitudes dos visitantes e questionou sobre outros funcionários da Secretaria de Desenvolvimento, oportunidade em que Tannuri teria desconversado.

Ressabiados, os funcionários ligaram para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do DF e constataram que o servidor de nome Luiz Tannuri não fazia parte do quadro de funcionários do órgão, tampouco o cargo mencionado por ele existia. Diante das constatações, Luiz foi questionado novamente sobre o seu cargo e teria respondido que fazia parte dos “Projetos Estratégicos”.

Diante das suspeitas, diretora do Zoo deu ordem para os funcionários suspendessem imediatamente a visita. Luiz Tannuri não apresentou o crachá funcional e afirmou que um print da sua nomeação no Diário Oficial do DF estava em seu celular, mas o aparelho estava sem bateria.

O chefe da segurança do Zoo solicitou que Tannuri se retirasse do local, mas que antes apresentasse seus documentos, para que ele registrasse a entrada e saída dos dois visitantes no livro de ocorrências. Diante da negativa, a polícia foi acionada. Assim que a guarnição chegou ao Zoológico, Luiz se desculpou, confirmando não ser diretor nem funcionário de órgão público.

“Ver as cobras”

Em depoimento à Polícia Civil, Luiz Tannuri, que é morador do Lago Sul, afirmou que insistiu em entrar no Zoo pois gostaria de efetuar um passeio para “ver as cobras”, e que pagaria normalmente o valor do ingresso para ter acesso ao local.

Relatou que insistiu dizendo que era só “uma voltinha muita rápida” e que seria “apenas 15 minutos”. Queria conhecer a parte de “veterinária” do local. O suspeito detalhou que foi até o Pontão do Lago Sul, pagou um passeio de barco e, durante a viagem, pesquisou, por meio do aparelho celular, os nomes dos responsáveis pelo Zoológico.

Ainda de acordo com o depoimento prestado à PCDF, o lutador disse que encontrou o telefone dos gestores no site e começou a ligar para cada número que encontrou até que um deles atendeu e lhe forneceu o telefone da presidente do Zoo.

O suspeito contou aos policiais que mandou uma mensagem para a responsável pelo Zoo e que citou ter sido membro da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, local ao qual exerceu a função de “diretor de planejamento estratégico”, na época do  governo Roriz.

Luiz Tannuri foi preso e autuado por falsa identidade e corrupção ativa. Ele nega ter tentado subornar o vigilante do zoo. O canadense foi liberado. Tannuri passará por audiência de custódia nesta quarta-feira (20/01).

Ao Metrópoles, a Fundação Jardim Zoológico de Brasília disse que a entrada dos dois homens foi autorizada depois que eles solicitaram uma visita técnica à instituição.

“Procedimento comum em dias que o Zoológico não abre para visitação. No momento em que a equipe constatou que não se tratava de servidores do GDF, a Polícia Militar do Distrito Federal foi acionada para tomar as providências cabíveis quanto à ocorrência e a investigação, que segue em sigilo pela Polícia Civil do Distrito Federal”, disse a entidade, por meio de nota.

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