Loja no DF suspeita de vender carros em consignação e dar calote é investigada
Oficial do Exército é uma das vítimas de esquema investigado pela Coordenação de Repressão às Fraudes (Corf), da Polícia Civil
atualizado
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Inquérito instaurado na Coordenação de Repressão às Fraudes (Corf), da Polícia Civil do Distrito Federal, apura esquema de estelionato em que um grupo de pessoas levou calote após negociar seus veículos com loja especializada em comprar e revender automóveis. Entre as vítimas, está um tenente-coronel do Exército Brasileiro que amargou prejuízo após ter negociado um sedan Citroën.
De acordo com as investigações da PCDF, a loja Araguaia Veículos, localizada em São Sebastião, teria lesado pelo menos três pessoas após transações envolvendo a venda de veículos de luxo. Além do oficial, outros dois indivíduos procuraram a delegacia para registrar ocorrência contra o estabelecimento.
O caso envolvendo o carro do militar, um C4 Lounge, ocorreu em janeiro do ano passado, quando ele firmou contrato para a venda consignada do veículo. No entanto, após o carro ser comercializado, em maio, recebeu apenas duas transferências bancárias totalizando R$ 30 mil. Os R$ 21,5 mil restantes jamais foram pagos apesar das constantes cobranças feitas pelo coronel.
O militar ainda afirmou, em termo de declaração à polícia, que jamais assinou qualquer tipo de contrato que desse poderes à loja de revender o seu carro.
Golpe da BMW
Um empresário de 68 anos, proprietário de uma BMW 318, vendeu o carro para a Araguaia Automóveis. Ficou acordado que a empresa pagaria o valor em oito cheques. A concessionária ainda deu, como garantia, um cheque no valor de R$ 40 mil, que ficou com o cliente.
Com o passar dos meses e nenhuma parcela quitada, o empresário resolveu depositar o cheque, mas estava sem fundos. Quando retornou à loja para reaver o carro, a BMW já havia sido vendida para um morador do condomínio Jardins Mangueiral. A polícia suspeita de que algumas vendas feitas pela Araguaia possam ser simulações para acobertar o esquema de estelionato.
Segundo o empresário dono do carro, o homem que teria comprado a BMW não tem como comprovar o pagamento. “Não existe documentação de compra e venda nem a prova de que houve depósito ou transferência. Pode ser uma venda maquiada”, disse a vítima à polícia.
Amarok sumida
Em outro caso, o comprador de uma caminhonete Amarok pagou R$ 60 mil pelo veículo, no qual tinha três meses de garantia para câmbio e motor. No entanto, 30 dias após a compra, o veículo deu pane. “O carro, segundo a empresa, foi levado para uma oficina em Goiânia e passaram a dizer que não havia peças de reposição por conta da pandemia. Quando procuramos diretamente a oficina, os responsáveis avisaram que tinham as peças, e o carro não era entregue porque não faziam o pagamento”, afirmou o comprador, em depoimento.
O Metrópoles entrou em contato com a Araguaia por meio das redes sociais e por números de telefones expostos em anúncios na internet. No entanto, até a publicação da matéria, ninguém havia respondido aos questionamentos. O espaço permanece aberto.