Lockdown a partir das 20h “matará bares e restaurantes”, diz Sindhobar
Segundo o presidente do sindicato, o governo poderia ser mais flexível, impondo o começo do fechamento a partir das 22h
atualizado
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Após o anúncio do lockdown noturno para conter o novo avanço da pandemia do novo coronavírus no Distrito Federal, o presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar-DF), Jael Antônio da Silva, afirmou que a situação do setor “será desesperadora”. Segundo o dirigente, o fechamento, a partir das 20h, vai “matar o setor”.
Conforme noticiado pela coluna Grande Angular, o governador Ibaneis Rocha (MDB) decidiu decretar lockdown das 20h às 5h no DF a partir de segunda-feira (1°/3) devido à pandemia de Covid-19.
“Vamos fechar tudo, exceto serviços essenciais, das 20h às 5h”, disse à coluna, na noite desta quinta-feira (25/2). Portanto, as demais atividades seguem autorizadas a funcionar fora do horário determinado.
Nas palavras de Ibaneis, 92% das UTIs estão ocupadas. Segundo o emedebista, o Governo do Distrito Federal (GDF) adotará medidas aos poucos, na medida do necessário. “Por enquanto, essas são as providências urgentes”, enfatizou.
Mas a decisão despertou insegurança entre bares e restaurantes. “Estou péssimo com essa notícia. Desde 19h, eu e o presidente da Abrasel estávamos trocando mensagem com o governador. Pedimos que ele conversasse com o setor antes da decisão. Duas horas fariam muita diferença. Fechando às 20h você quebra bares, de maneira geral, restaurantes também”, alertou Jael Antônio.
“O governador está preocupado com a saúde, até porque todos os nossos colaboradores também podem ser infectados. Mas, talvez, um horário mais flexível, 22h ou 23h, como funcionava anteriormente, não seria tão prejudicial”, argumentou.
Segundo Jael, dependendo do tempo dessas medidas, mais bares e restaurantes vão fechar. Pelos levantamentos do Sindhobar, desde o começo da pandemia, o setor sofreu 19 mil demissões e três mil empresas fechadas.
O sindicato pediu audiência com Ibaneis para sexta-feira (26/02). Mas, de acordo com Jael, a sinalização do GDF é de que a decisão está tomada.
“A gente precisa de bom senso. A saúde é importante. Sabemos da pressão que a saúde vinha sofrendo, inclusive dos municípios do Entorno. Mas também existe a saúde das empresas”, afirmou.