Liga dos Blocos Tradicionais do DF pede que folia do Carnaval 2021 ocorra em agosto
Blocos se manifestaram após Ibaneis Rocha falar na manhã desta segunda-feira que enquanto não tiver vacina, não pode tratar sobre o Carnaval
atualizado
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Depois de o governador Ibaneis Rocha (MDB) responder na manhã desta segunda-feira (26/10), que “enquanto não tiver vacina não pode tratar de Carnaval”, a Liga dos Blocos Tradicionais de Brasília divulgou nota pedindo a revisão do cancelamento da folia em 2021.
A entidade é composta por oito blocos tradicionais do Carnaval do DF: Pacotão, Galinho de Brasília (foto em destaque), Mamãe Taguá, Asé Dúdú, Menino de Ceilândia, Bloco dos Raparigueiros, Baratona e Baratinha. Eles propõe que a festa seja adiada para agosto ou setembro desde que se cumpra todas as normas sanitárias e cientificas em relação a pandemia para que haja condições de resguardar o bem-estar de todos que participam direta ou indiretamente da festa.
Após o anúncio de que o Governo do Distrito Federal (GDF), não irá financiar o Carnaval 2021 em virtude da pandemia do novo coronavírus, representantes da Liga dos Blocos Tradicionais de Brasília se reuniram em caráter de urgência para buscar alternativas para que a folia não seja cancelada e ocorra obedecendo todos os protocolos de segurança.
Grupo pede, também, que sejam realizadas audiências públicas virtual com os agentes culturais carnavalescos e toda sociedade civil a respeito do tema.
“É importante frisar que a não realização do Carnaval trará imensos prejuízos à sociedade e aos cofres do GDF, pois gera empregos, turismo e aquecimento da economia em diversos setores. Os segmentos culturais já amargam uma conta bem alta porque não receberam nenhum tipo de incentivo do GDF durante a pandemia. A Lei Federal 14.017/2020, ou Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc que prevê apoio emergencial ao setor cultural ainda não foi repassada aos agentes culturais e as demais classes artísticas do DF”, diz trecho do texto.
Por fim, a categoria também diz que solicitará à Secretaria de Cultura e Economia Criativa uma reunião para tratar da questão com seriedade e buscar alternativas para realização da folia no ano que vem.
Cancelamento
Há uma semana, a coluna Grande Angular adiantou que a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal está tomando providências para anunciar, em breve, o cancelamento das comemorações de Réveillon e do Carnaval 2021, custeadas pelo Governo do DF (GDF).
O objetivo é impedir grandes aglomerações, que são inevitáveis nesse tipo de evento. A informação foi confirmada pelo secretário de Cultura, Bartolomeu Rodrigues.
Em 2020, as comemorações de Ano-Novo e do Carnaval custaram, juntas, R$ 8 milhões. Diante da crise de saúde provocada pela Covid-19, o governo não investirá nesses eventos em 2021, de acordo com Bartolomeu.
“Não vai ter um centavo [de dinheiro do estado] para aglomeração. Sem vacina e sem segurança, não vamos arriscar”, pontuou Bartolomeu, ao Metrópoles, na segunda-feira da semana passada (19/10).
Tradicionalmente, o GDF contrata artistas para shows na Esplanada dos Ministérios e na Prainha durante a virada do ano. No Carnaval de Brasília, o governo também aporta recursos, parte deles vinda do Fundo de Apoio à Cultura (FAC). Com o cancelamento, não haverá subsídio do GDF no Réveillon nem no Carnaval.
A decisão política de suspender as comemorações de grande porte foi tomada a partir de uma consulta do secretário Bartolomeu ao governador Ibaneis Rocha (MDB) nos últimos dias. Na conversa, houve entendimento de que o governo não poderia investir dinheiro em eventos que colocassem em risco a saúde da população. Embora o GDF tenha flexibilizado a maior parte das medidas de isolamento social, as festas nessas duas datas costumam reunir milhares de pessoas.
No DF, a pandemia do novo coronavírus segue apresentando números de estabilidade, mas ainda não há um controle definitivo da transmissão. O próximo passo da Secretaria de Cultura será a tomada de providências jurídicas para respaldar o cancelamento das comemorações do Carnaval, um evento que tem, inclusive, a previsão legal para realização.
Com a decisão política tomada, a Administração de Brasília, responsável por emitir os alvarás para os blocos de rua, não deverá liberar os documentos necessários para as festas. O eventual descumprimento de organizadores poderá ser passível de punição. “E se as pessoas forçarem a barra, aí vira questão de polícia”, frisou o secretário de Cultura.