Líderes de torcida do DF fazem vaquinha para torneio internacional
Atletas precisam arrecadar R$ 30 mil para participar de campeonato. Das seis integrantes do grupo do DF, cinco são de baixa renda
atualizado
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Um grupo de atletas brasilienses garantiu a vaga para representar o Brasil no Campeonato Mundial de Líderes de Torcida, o The Cheerleading World. O torneio internacional acontecerá em abril, em Orlando, na Flórida. No entanto, para participar da “grande dança”, as garotas que compõem o grupo, a maioria delas de baixa renda, precisam arrecadar dinheiro e organizaram uma vaquinha on-line.
As atletas treinam na Academia Lótus Brasília, localizada em Águas Claras e especializada em cheerleading. Das seis participantes do torneio, cinco são bolsistas. Elas são lideradas pela treinadora Sthefânia Ferreira, 30 anos, que já participou quatro vezes do torneio mundial como atleta e, agora, fará a estreia como treinadora.
“Tentei dar oportunidade para as minhas meninas, todas de baixa renda. O primeiro passo foi conseguir dinheiro para passaporte e visto. Como o dólar está muito alto, o visto está sendo muito caro”, contou a treinadora.
No total, Sthefânia vai levar seis meninas para o campeonato: quatro delas moram no DF, uma é do Entorno e a sexta é de São Paulo. As idades das animadoras de torcida variam entre 14 e 29 anos.
Veja as atletas que representarão o Brasil:
De acordo com Sthefânia , as atletas vão treinar todos os dias até a data da competição. Aos fins de semana, os treinos duram 12 horas, das 8 da manhã até as 8 da noite. “É a primeira vez que o Brasil tem uma confederação de cheerleader, então, eles conseguiram apoio para o uniforme das meninas, mesmo assim ficou 10 mil reais pra cada uma delas”, explica Sthefânia.
Cada país que vai participar do The Cheerleading World precisa de quatro grupos, já que estão em jogo quatro modalidades, são elas: o dance, o all girls, o all girls junior e o coed. A equipe da Academia Lótus vai participar da modalidade dance.
As outras academias que participam do mundial estão no Lago Sul, no Rio de Janeiro (RJ) e em São Paulo (SP). Além da vaquinha, para conseguir arcar com os custos do campeonato mundial, as garotas da Academia Lótus estão vendendo rifas na rua e pretendem organizar uma galinhada.
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Para a treinadora, todo o esforço vale a pena, já que participar do mundial com uma equipe tão forte é uma forma de fortalecer o esporte e dar oportunidade para as atletas de baixa renda. “Levar essas atletas pra fora, ainda mais essas meninas da comunidade, vai ser muito bom para elas e para o esporte”, argumentou Sthefânia.
“Elas estão muito nervosas, muito ansiosas. Tive de pedir apoio de um psicólogo, pois é uma pressão muito grande. É a primeira vez que elas estão saindo do Brasil. Elas entenderam o peso que elas estão carregando de representar o país delas”, continuou a treinadora.
Para ajudar, basta oferecer qualquer quantia na vaquinha on-line das atletas neste link, a meta do financiamento coletivo é arrecadar R$ 30 mil. As ações de arrecadação serão divulgadas no instagram da academia.