Líder do DCE do UniCeub quebra quarentena, faz balada e é atacado na web
Aluno da universidade, Rafael Calixto atribuiu críticas a “hipócritas” que participaram de várias manifestações em Brasília nos últimos dias
atualizado
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Presidente do Diretório Central dos Estudantes do Centro Universitário de Brasília (UniCeub), Rafael Calixto passou a ser vítima de agressões nas redes sociais após protagonizar um vídeo gravado durante um churrasco de despedida, realizado em Brasília na última terça-feira (16/06), portanto, em pleno vigor das regras de quarentena decretadas pelo Governo do Distrito Federal (GDF). Ao Metrópoles, o rapaz alegou estar sendo alvo de “hipocrisia”.
O material foi postado na conta do próprio universitário, mas acabou viralizando em outros perfis sob acusação de desrespeito à pandemia da Covid-19. Ele alega ter preparado uma festa de despedida, já que decidiu ficar três meses fora do Distrito Federal para realizar atividades pessoais, assim que o mandato chegar ao fim. Isso deve ocorrer no retorno das atividades presenciais da instituição de ensino.
Nas imagens compartilhadas, o líder estudantil aparece cantando músicas em companhia de uma dupla sertaneja e, ao fundo, é possível enxergar um grupo formado por mais de 20 amigos reunidos na mesma mesa e sem o uso de nenhum tipo de equipamento de proteção. Os convidados também não adotaram o distanciamento social como forma de prevenção contra o novo coronavírus.
O vídeo foi republicado na conta de um perfil especialista em denunciar casos de pessoas que quebraram a quarentena. Após virar protagonista na página de autoria anônima Exposed das aglomerações, no Instagram, Rafael Calixto recebeu uma avalanche de críticas. A maior parte delas por ter desconsiderado o grande número de óbitos registrados pela doença no DF, no Brasil e no mundo.
Veja o vídeo:
Críticas
“Mau caratismo tem nome, e endereço e arroba”, escreveu uma universitária. “Revoltante mesmo é ele ser o primeiro a comentar fazendo deboche da situação como se a crise sanitária, o isolamento e mais de 40 mil mortos não fossem nada. Rafael, respeite as famílias das vítimas!”, completou outro. “Esse é o cara que usa o Instagram pra criticar o movimento antifascista. Já era de se esperar um comportamento lixo desse”, continuou um terceiro.
A reportagem procurou o presidente do DCE para garantir espaço ao contraditório sobre o episódio. À coluna, Calixto confirmou que o vídeo é recente e que foi gravado por ele próprio. Depois, publicou em seu perfil, que é de acesso fechado – só acessa o conteúdo quem ele mesmo autoriza. Segundo o líder estudantil, a festa foi, na verdade, uma reunião de despedida dele.
“Olha, realmente rolou, sim. Foi uma reunião com mais ou menos uns 20 amigos. Todo mundo que estava ali tinha feito o teste do coronavírus. Decidi reunir amigos mais próximos na casa de um deles porque vou ficar três meses fora, no Sul, e queria me despedir de quem eu gosto de verdade. Não tinha ninguém com sintoma, nem pertencente a grupos de risco”, garantiu.
Segundo o número um do Diretório Acadêmico do UniCeub, os ataques partiram de pessoas “hipócritas” e as acusou de também terem quebrado a quarentena. “O que estão fazendo é um ato político. Aquele Rafael do vídeo nada tinha de institucional, nada tinha a ver com o DCE. Éramos eu e amigos. Ponto. Só quero salientar que muitos comentários são de pessoas hipócritas, que frequentaram as últimas manifestações na Esplanada, tanto pró ou contra o governo de Jair Bolsonaro”, finalizou.
Mais resposta
Pela internet, no seu perfil pessoal, Calixto acrescentou que não deveria responder a quem acha bonito a política de “cancelamento” de pessoas. “Esses mesmos são os que cumprem a quarentena com a empregada andando de ônibus lotado e vão para o shopping passear, sem falar que para eles a quarentena tem escala de hora para contaminar, defendem coisas sem nexo, reproduzem o que veem na TV, sem base científica alguma”, reforçou.
Procurado, o DCE do UniCeub afirmou que não comentará sobre a vida pessoal do presidente.
Também acionado pela coluna, o Centro Universitário de Brasília (UniCeub) preferiu não se manifestar.