Leilão do Hotel Nacional tem dois participantes e nenhum lance
Disputa está na segunda rodada, com lance mínimo de R$ 129,6 milhões, pois na primeira não houve oferta. Venda será usada para pagar dívida
atualizado
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O imóvel do Hotel Nacional de Brasília, que já hospedou até a rainha da Inglaterra, Elisabeth II, ainda não recebeu nenhum lance no leilão realizado por determinação da 3ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central de São Paulo. Em andamento há 22 dias, a disputa tem apenas dois participantes habilitados a fazerem propostas. Ainda assim, a venda gerou curiosidade: nesta segunda-feira (5/11), havia mais de 3 mil visualizações na página on-line na qual acontece.
A primeira rodada do leilão, iniciada no dia 15 de outubro, foi finalizada sem interessados. O lance mínimo era de R$ 185,2 milhões. Está aberta, até a próxima segunda-feira (12), a nova etapa –chamada segunda praça.
Nesta etapa, o lance mínimo aceito é de 70% do valor de avaliação inicial, ou seja, R$ 129,6 milhões. Caso nenhuma proposta igual ou superior a esse valor seja feita, é aberta a terceira rodada do leilão, na qual o lance mínimo cai para R$ 92,6 milhões, metade do valor inicial.
Estão incluídos na venda todos os bens móveis do hotel, de utensílios de R$ 1, como alicate e bacia, a três portas de aço que somam R$ 273 mil. Pinturas do artista italiano Domenico Serio Calabrone avaliadas em R$ 13 mil também integram o patrimônio.
Inaugurado em 1961, o hotel cinco estrelas tem 43 mil metros quadrados e distribui 347 apartamentos em 10 andares. Nomes do entretenimento também marcam a história da construção. No auge da carreira, Xuxa hospedou-se no hotel, assim como Roberto Carlos e Silvio Santos. Hoje, uma diária no icônico imóvel do Setor Hoteleiro Sul custa a partir de R$ 150.
Motivo do leilão
De acordo com o edital lançado pela Justiça paulista em setembro, o Hotel Nacional é arrendatário do imóvel que ocupa, parte da massa falida da Petroforte Petróleo LTDA. A empresa já foi uma grande distribuidora de petróleo do país, mas teve a falência decretada em 2001. O valor da venda do hotel será usado para o pagamento de dívidas da antiga distribuidora.
O hotel chegou a entrar com pedido para suspensão do leilão no Tribunal de Justiça de São Paulo, sem sucesso. A liminar foi negada pela juíza Adriana Bertier Benedito no dia 11 de outubro.