Laudo aponta que golpe na cabeça matou japonesa no Entorno do DF
Ao contrário do depoimento do acusado pelo crime, Hitomi Akamatsu foi assassinada com uma pancada na cabeça, e não enforcada
atualizado
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O laudo cadavérico de Hitomi Akamatsu, 43 anos, do qual o Metrópoles teve acesso com exclusividade ao resultado, desmente a versão contada pelo acusado de matá-la, Rafael Lima da Costa. O jovem de 18 anos disse, em depoimento prestado à Polícia Civil de Goiás (PCGO), que teria enforcado a vítima com uma blusa, mas o exame constatou que a causa da morte foi uma fratura no crânio provocada por golpe na cabeça. O crime ocorreu em Abadiânia (GO), a 116 km do Distrito Federal.
Com o corpo da vítima ainda na Polícia Científica de Anápolis, enquanto aguarda ser reivindicado por familiares ou pela Embaixada do Japão, as autoridades esperam a conclusão da perícia do local do crime. O resultado definirá em quais circunstâncias o crime foi cometido, produzindo os fatos relacionados ao caso e, por exemplo, fazendo com que seja possível determinar se Hitomi sofreu outros tipos de violência. O acusado tem passagem por estupro, cometido em setembro de 2017.
A delegada Isabella Joy, responsável pela investigação, confirmou que o acusado, 17 dias antes de roubar e matar Hitomi, teria tentado assaltar outra mulher, de nacionalidade holandesa, mas sem sucesso. Na quarta-feira (18/11), Rafael teve a prisão em flagrante convertida para preventiva, ficando detido, dessa forma, por tempo indeterminado.
Quanto ao corpo de Hitomi, a Embaixada do Japão compareceu ao Instituto Médico Legal (IML) e fez o reconhecimento cadavérico, agora tenta contato com familiares para comunicar a morte e proceder com o traslado do corpo. A autarquia não confirmou, entretanto, se a família de Hitomi sabe do falecimento e quando o corpo será transportado para o Japão.
Latrocínio
Hitomi Akamatsu foi encontrada morta na segunda-feira (16/11). O acusado contou aos investigadores que precisava de dinheiro para pagar uma dívida que tinha com traficantes da região. Por isso, tentou assaltar Hitomi, que teria reagido. Com medo de ser denunciado, disse que enforcou a vítima com uma camisa e escondeu o corpo.
A japonesa era sobrevivente do acidente nuclear de Fukushima, ocorrido em 2011, no Japão, e estava desaparecida havia mais de uma semana. “Ela mudou-se para o Brasil havia cerca de dois anos, para fazer um tratamento espiritual na cidade. Segundo informações, ela saiu do Japão, após sobreviver ao acidente da usina de Fukushima, inclusive, por isso, procurou tratamento”, explicou o delegado Albert Peixoto.
Hitomi era adepta dos procedimentos espirituais oferecidos pela Casa Dom Inácio Loyola. A Polícia Civil de Goiás, no entanto, não faz ligação da morte da estrangeira com as investigações envolvendo o ex-médium, preso e condenado por estupro dentro do centro espiritual.
A PCGO investigava o desaparecimento de Hitomi desde domingo (15/11), quando um amigo da vítima procurou os policiais para dizer que não tinha notícias da mulher fazia uma semana.