Laudo aponta que bombeira do DF morreu por impacto de árvore na cabeça
De acordo com a PCDF, não há elementos suficientes para comprovar que uma descarga elétrica contribuiu para a morte de Marizelli
atualizado
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A morte da bombeira Marizelli Armelinda Dias, 31 anos, foi causada por politraumatismo por ação contundente. Ou seja, pelo choque da árvore contra a cabeça dela, afirmam os laudos da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que investiga a causa do óbito. Ainda de acordo com o documento, não foram encontrados elementos suficientes para indicar que a integrante do Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) sofreu uma descarga elétrica.
O delegado da 17ª DP (Taguatinga Norte), Sérgio Bautzer, ressalta, no entanto, que a falta de evidências não significa que Marizelli não tenha sido vítima da descarga elétrica. “O laudo diz que não há lesões compatíveis com aquelas causadas por eletricidade. Só que nem sempre esse tipo de acidente deixa marcas tão perceptíveis”, explica. Bautzer ainda ressalta que a bombeira estava usando roupas grossas durante o combate ao incêndio na QNL 2, em Taguatinga, o que pode mascarar ainda mais algum indício.
Esse foi apenas o primeiro resultado divulgado de outros dois laudos que a 17ª DP aguarda para concluir o inquérito. A perícia relacionada ao local onde a árvore caiu e a apuração das causas do incêndio ainda precisam de ser apuradas.
Divergência
O laudo produzido pela PCDF é diferente da versão informada pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) na última quarta-feira (18/09/2019). Segundo a corporação, os exames médicos apontam que a soldado Marizelli Armelinda Dias, 31 anos, sofreu descarga elétrica momentos antes de sua morte.
Os bombeiros não sabem dizer qual voltagem nem por quanto tempo Marizelli sofreu a descarga. A corporação informou, porém, que a rede atingida opera em alta tensão, com 13.400 volts. Segundo os militares, a morte da colega “decorreu de um quadro de múltiplas fraturas e sucessivas paradas cardíacas devido às lesões sofridas”. “Apenas um laudo médico poderá indicar exatamente quais os fatores determinantes para que se tenha, infelizmente, chegado a essa condição fatal”, diz trecho do comunicado.
O CBMDF ressaltou, ainda, que o tempo de resposta para a chegada da Companhia Energética de Brasília (CEB) para o desligamento da rede “não foi excessivo”. A corporação também assegurou que Marizelli “fazia uso de todos os equipamentos de proteção individual necessários para este tipo de missão”.
Veja vídeo em que Marizelli puxa canto de guerra:
Por fim, frisou que irá instaurar procedimento administrativo a fim de “elucidar todas as circunstâncias nas quais esse acidente ocorreu e suas consequências”. Marizelli Armelinda Dias será promovida à graduação de cabo, por ter morrido durante cumprimento da missão.
Veja fotos de Marizelli:
Explicações
Na segunda-feira (16/09/2019), o comandante-geral do CBMDF, coronel Carlos Emilson, lamentou a morte da soldado. Ele classificou o caso como uma “fatalidade”. Segundo o oficial, a soldado foi integrada recentemente à corporação e tinha o treinamento necessário para o serviço, além de portar todos os equipamentos de proteção indispensáveis para a ocorrência.
O comandante informou que toda a guarnição foi atendida por um capelão e recebeu auxílio psicológico do subcomandante do Corpo de Bombeiros. Em seguida, por causa do abalo emocional, todos foram dispensados do serviço. Assim, outra companhia ficou responsável pela área de Taguatinga Norte. “É uma situação bem pesada, por mais que a gente se prepare para isso”, enfatizou.
Confira fotos da homenagem feita pelos companheiros da bombeira:
Nota da CEB
Em nota divulgada no começo da semana, a CEB registrou que a queda de uma árvore originou o acidente que matou Marizelli. “Não existem informações da perícia que determinem se a bombeira recebeu alguma descarga elétrica”. A empresa destacou ainda que, quando há algum distúrbio na rede, os equipamentos de proteção do sistema atuam imediatamente, desligando a energia.
“Assim que ocorreu o acidente, os bombeiros acionaram nossa central de operações. Estávamos com uma equipe nas imediações e essa equipe chegou ao local em menos de 15 minutos, colocando-se à inteira disposição para dar apoio no que fosse necessário”, assinalou o órgão.