Lama e desespero: imagens mostram como ficou a Vila Cauhy após chuva
Após registros de inundações, os bombeiros chegaram a orientar que alguns moradores saíssem de seus imóveis e retornassem horas depois
atualizado
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O início de 2024 foi marcado por grandes alagamentos e prejuízos causados pelas intensas chuvas no Distrito Federal. Moradores da Vila Cauhy, no Núcleo Bandeirante, considerado um dos locais mais afetados pelos temporais da madrugada dessa terça-feira (2/1), tentam se organizar para evitar maiores prejuízos e garantir doações para quem perdeu quase tudo.
As intensas chuvas fizeram com que o Córrego Riacho Fundo transbordasse e alagasse casas dos moradores da área. Após os registros de inundações, os bombeiros chegaram a orientar que alguns saíssem de seus imóveis e retornassem apenas quando o nível da água abaixasse.
Vídeos mostram destruição:
Maria Cícera de Souza, de 60 anos, mostra as marcas da chuva na parede de sua casa. Apesar dos alagamentos fazerem parte do cotidiano da Vila Cauhy, a dona de casa garante que desta vez os estragos foram maiores: “Vai fazer 30 anos que eu estou aqui neste mesmo lugarzinho e esta é a pior de todas. Hoje foi a pior de 30 anos. Foi tudo muito rápido, ninguém sabe explicar nem quando começou”.
Geladeira, máquina de lavar e guarda-roupa foram algumas das perdas dentro da casa da Maria Cícera. Ela lembra que a chuva pesada começou no início da noite de terça-feira (2/1) e a água só começou a descer na tarde do dia seguinte. A moradora não conseguiu dormir e conseguiu se alimentar graças à marmitex que é distribuída por outros moradores.
Dona de um pequeno mercado há seis anos, Rosana Pereira da Cunha, 45, comenta que já “chorou demais” por conta dos últimos alagamentos, considerado por ela o pior dos últimos tempos na região. “Se você descer ali no beco, você vê que o estrago é bem grande, então é bem doído. É uma comunidade, né? Você acaba tendo clientes e amigos também que sofrem, então isso dói bastante”.
Veja imagens da destruição:
Prefeito comunitário da Vila Cauhy, Walter Marques comentou a situação. “Tem gente que sofre e muito. O pessoal mora aqui há mais de 20 anos e não sofria com isso antes. Mas a cidade cresceu, obras ocorreram, e o volume de água do córrego aumentou [após as chuvas]”, disse.
Um homem e o cachorro dele precisaram ser resgatados de canoa pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), após ficarem ilhados em virtude dos alagamentos. Além do CBMDF, equipes da Defesa Civil estão na Vila Cauhy para averiguar a situação. Até o momento, não houve interdição de imóveis nem registro de feridos.
Estado de alerta
Nesta quarta, a governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), anunciou o decreto de estado de alerta após as fortes chuvas que causaram estragos na capital do país nas últimas horas.
“Em um primeiro momento, vamos decretar o estado de alerta, que obriga os órgãos do governo a monitorar, 24 horas por dia, tudo o que está acontecendo. Se a gente percebe que há dificuldade, podemos soltar mais decreto. Esta medida é muito mais para que os órgãos que fazem atendimento primário fiquem em alerta. Isso significa tirar pessoas das férias e colocar equipes de pronta resposta para atenção especial”, explicou Celina.
A governadora enfatizou que a medida é preventiva. “As secretarias estão mobilizadas. Fui visitar as áreas mais atingidas e os órgãos estão trabalhando para atender à população. As chuvas vieram com mais força não só no DF, mas em outros locais do país. A nossa maior preocupação é preservar vidas”, disse a governadora em exercício.