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Ladrões de carros de locadoras ganhavam até R$ 3 mil por veículo

Quadrilha era liderada por família moradora de Sobradinho 1 e movimentou ilegalmente 300 veículos, causando prejuízo de R$ 20 milhões

atualizado

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Para contratar falsos aluguéis e furtar carros de locadoras de veículos, a quadrilha especializada em furtar, adulterar, revender e alugar automóveis de locadoras pagava de R$ 800 a R$ 3 mil para aliciar os comparsas responsáveis por subtrair os veículos das empresas.

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desarticulou o esquema nesta quarta-feira (27/11), por meio da Operação Rental. As fraudes eram lideradas por uma família moradora de Sobradinho 1.

Delegado da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri), Guilherme Melo afirmou que o grupo comercializou 300 carros e provocou um prejuízo estimado em R$ 20 milhões. A PCDF ainda bloqueou R$ 5 milhões da família, apontada como “cabeça” do golpe.

O investigador acrescentou que os aliciados também tinham conhecimento da fraude. “Todos sabiam que os veículos eram para golpe, porque davam dados falsos para a locação. Além de não devolverem [os carros] no período acordado e de retirarem os rastreadores, para os automóveis não serem localizados”, destacou.

Veja:

 

Nesta manhã, policiais civis cumpriram 24 mandados de prisão e 37 de busca e apreensão no DF e em outras partes do país. A família considerada “cabeça” do esquema contava com cinco integrantes: pai, mãe e três filhas adultas. O patriarca tinha antecedentes criminais, usava tornozeleira eletrônica, e o núcleo costumava ostentar bens materiais na internet.

A PCDF também apreendeu com os líderes da quadrilha 17 carros de luxo e um jet ski. Além disso, os investigados tiveram R$ 5 milhões bloqueados por ordem judicial.

As investigações começaram há cerca de um ano e meio, quando a PCDF recebeu denúncias de clientes lesados após fazerem compras por plataformas digitais. A quadrilha aliciava comparsas, que alugavam veículos em grandes locadoras com uso de documentos falsos. Depois das adulterações, os carros eram vendidos ou alugados pela internet.

Lavagem de dinheiro

O esquema operava em estados como Rio Grande Sul, Santa Catarina, Paraná, Amazonas e São Paulo. Os veículos eram sempre absorvidos pelos criminosos e repassados adiante no DF, por meio das negociações fraudulentas da família, segundo as investigações. Alguns dos bens chegaram, inclusive, a outros países, pela fronteira com Mato Grosso.

O grupo investigado criou cerca de 70 contas bancárias para colocar o dinheiro dos golpes. Uma delas chegou a movimentar aproximadamente R$ 170 mil.

Outro meio usado para operar o golpe envolveu a abertura de duas empresas de fachada no DF, para lavagem do dinheiro obtido por meio das transações ilegais. Como os veículos eram alugados, a quadrilha tinha 15 dias para fazer as modificações ou repassá-los adiante, antes que fossem registradas ocorrências de furto por parte das empresas.

O grupo atuava com automóveis populares e de luxo, para atingir o maior número possível de vítimas, de acordo com a PCDF. Durante as buscas no Rio Grande do Sul, os policiais ainda encontraram diversas armas e, no Distrito Federal, um grande volume de drogas, como haxixe e entorpecentes sintéticos.

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