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Kriptacoin: leilão vende 11 de 16 carrões e arrecada R$ 3 milhões

Recursos serão usados para ressarcir vítimas que perderam dinheiro com o golpe da moeda virtual

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
kriptacoin, ferrari
1 de 1 kriptacoin, ferrari - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O leilão de carros de luxo organizado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) para ressarcir parte do prejuízo das vítimas do esquema da Kriptacoin rendeu cerca de R$ 3,1 milhões. Dos 16 veículos, que foram avaliados em R$ 3,7 milhões, 11 foram comercializados.

Duas rodadas de vendas foram abertas: uma entre 28 de março e 2 de abril; e outra, de 2 a 5 de abril. Os carrões foram apreendidos com homens apontados como líderes do esquema fraudulento e ficaram em exposição no Complexo Regional Norte da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), em Sobradinho.

Uma Lamborghini Huracan 2015/2015 foi arrematada pelo maior valor: R$ 1,26 milhão. A máquina mais disputada, no entanto, foi uma Ferrari 458 2011/2012. Foram dados 133 lances no veículo, cujo preço inicial era de R$ 750 mil. Ao final, o mais novo dono do automóvel de uma das marcas mais famosas do mundo precisou desembolsar R$ 905 mil.

Confira fotos de todos os carros que estavam à venda:

16 imagens
Ferrari 458 Itália modelo 2011/2012: vendida por R$ 905 mil
Mercedes-Benz CLA250 4M modelo 2014/2015: vendida por R$ 121 mil
Mercedes-Benz C180FF modelo 2017/2017: vendida por R$ 111 mil
Porsche Panamera modelo 2012/2013: vendido por R$ 210 mil
BMW 528I modelo 2013/2014: sem lances
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Lamborghini Huracan modelo 2015/2015: vendida por R$ 1,260 milhão

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Ferrari 458 Itália modelo 2011/2012: vendida por R$ 905 mil

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Mercedes-Benz CLA250 4M modelo 2014/2015: vendida por R$ 121 mil

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Mercedes-Benz C180FF modelo 2017/2017: vendida por R$ 111 mil

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Porsche Panamera modelo 2012/2013: vendido por R$ 210 mil

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BMW 528I modelo 2013/2014: sem lances

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BMW 118I UA31 modelo 2011/2012: sem lances

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Mini Cooper S modelo 2010/2011: vendido por R$ 32 mil

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Porsche Cayenne V6 modelo 2010/2011: vendido por R$ 91 mil

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Mercedes-Benz C180FF modelo 2017/2017: vendido por R$ 112 mil

11 de 16

Audi RB 4.2 FSI modelo 2009/2009: vendido por R$ 220 mil

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Porsche Cayenne Turbo modelo 2011/2011: sem lances

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BMW X6 Drive modelo 2008/2009: vendida por R$ 72 mil

14 de 16

LR Freelander 2S I6 modelo 2007/2007: sem lances

15 de 16

Range Rover TDV6 Vogue modelo 2013/2014: sem lances

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Fiat Strada Adventures modelo 2015/2016: vendida por R$ 44 mil

Cinco veículos não receberam nenhum lance: duas BMWs, duas Land Rovers e um Porsche. Caso esses automóveis tivessem sido vendidos pelo valor mínimo oferecido, mais R$ 564 mil teriam sido arrecadados.

Esse foi o primeiro leilão de bens dos líderes da Kriptacoin. Até agora, nenhum valor para ressarcir as 40 mil pessoas lesadas no esquema tinha sido angariado. Advogado de uma das vítimas, Eduardo Gauche acha que a iniciativa pode incentivar mais pessoas a buscarem a Justiça. “É importante tomar providências. Aqueles que chegarem na frente [no Judiciário] podem receber quantia maior e de maneira mais rápida”, acredita.

Avião e helicóptero
A Justiça condenou 13 acusados de aplicar o golpe usando a moeda virtual. Segundo as investigações, os lucros da organização eram exorbitantes. Seus integrantes chegaram a comprar um avião, avaliado em R$ 3,6 milhões, e um helicóptero, que está com restrição judicial.

Para mostrar o alto poder aquisitivo, os estelionatários chegaram a pousar com a aeronave em uma área comercial de Vicente Pires, em frente à sede da empresa Kriptacoin, a Wall Street Corporate.

Os suspeitos criaram a moeda virtual no fim de 2016 e, a partir de janeiro de 2017, passaram a convencer investidores a aplicar dinheiro na Kriptacoin. De acordo com as investigações, a organização criminosa atuava por meio de laranjas, com nomes e documentos falsos. A fraude foi revelada pela Operação Patrik, da PCDF, deflagrada em 21 de setembro de 2017.

Confira imagens da Operação Patrik:

13 imagens
Imagens mostram dinheiro apreendido em academia de Vicente Pires
Além dos presidentes da empresa, os diretores também foram alvo da polícia
Os presos foram encaminhados ao Departamento de Polícia Especializada (DPE)
Cerca de 40 mil pessoas investiram na moeda falsa
Empresas foram cadastradas em nome de laranjas
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Imagens às quais o Metrópoles teve acesso mostram dinheiro encontrado em academia de Vicente Pires

Reprodução
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Imagens mostram dinheiro apreendido em academia de Vicente Pires

Reprodução
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Além dos presidentes da empresa, os diretores também foram alvo da polícia

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Os presos foram encaminhados ao Departamento de Polícia Especializada (DPE)

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Cerca de 40 mil pessoas investiram na moeda falsa

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Empresas foram cadastradas em nome de laranjas

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Polícia fez buscas na casa de um dos alvos, no Guará

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Mandados também foram cumpridos em Águas Claras

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Foram expedidos 13 mandados de prisão

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O esquema movimentou R$ 250 milhões

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Carros de luxo foram apreendidos

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BMW apreendida durante a operação

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Carros apreendidos durante a operação

Rafaela Felicciano/Metrópoles

O negócio, que funcionava em esquema de pirâmide, visava apenas encher o bolso dos investigados, conforme o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), alguns deles com diversas passagens pela polícia por uma série de crimes, como estelionato e até tentativa de homicídio.

Dois dos principais alvos da operação foram os irmãos Welbert Richard Viana Marinho, 37 anos, e Weverton Viana Marinho, 34. Apontados como líderes da organização, eles não tinham nomes publicados no site da empresa nem constavam como sócios nos dados da Receita Federal, mas se apresentam como presidentes do grupo.

Durante um mês, o Metrópoles acompanhou as atividades da Kriptacoin e também apurou denúncias contra os presidentes e outros integrantes do esquema. Na apresentação do plano de compensação, eles ofereciam aos potenciais clientes participação nos valores de R$ 1 mil, R$ 3 mil e R$ 21 mil, com 1% de ganho por dia, independentemente do crescimento da moeda.

O maior foco era dado à indicação de novos “investidores”, que podiam gerar ganhos de 10% do valor investido e um bônus de 30% da equipe menor. A atividade mostrava que, apesar de a Wall Street Corporate alegar, em algumas ocasiões, que não era empresa de marketing multinível, ela dependia da indicação de novos afiliados e pagava em níveis, em um sistema chamado de “binário”.

Veja o vídeo da operação:

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