“Kley não matava uma mosca”, diz madrasta de vizinho morto por PM
Caso ocorreu na segunda-feira (09/12/2019) no Areal. Tiros foram disparados após discussão por causa de barulho. Família entrará na Justiça
atualizado
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O brasiliense Kley Hebert Gusmão, 51 anos, morador da QS7 da região do Areal, em Águas Claras, foi enterrado nesta quarta-feira (11/12/2019) no Cemitério Campo da Esperança da Asa Sul. Segundo imagens, o homem recebeu tiros disparados por um policial militar, que era seu vizinho, após discussão por causa de barulho.
Amigos e familiares estiveram no local para prestar as últimas homenagens à vítima. Monica Bona, 60 anos, teve dois filhos com o pai dele e conviveu com Kley durante 10 anos, enquanto moraram juntos em Formosa (GO). A família afirmou que entrará na Justiça.
“Ele (Kley) estava desempregado, mas tinha sido funcionário público por um tempo. Meu sentimento é de dor e injustiça. Esse homem tem que pagar pelo que fez”, desabafou a mulher.
“O Kley era dócil, não matava uma mosca. Era uma pessoa boa e foi vítima de um monstro. Nós queremos e vamos atrás de justiça. A lei do retorno não falha, e tenho certeza que o universo vai devolver a esse policial toda maldade que ele fez contra o Kley. Deus vai fazer justiça”, continuou Monica, que é secretária parlamentar.
Apesar da defesa da madrasta, de acordo com o histórico policial, Kley tinha passagens por dano, injúria, ameaça e porte de drogas.
Durante o enterro, foram realizadas diversas orações. Uma das mais emocionadas era da filha de Kley, Nathalia Gusmão.
O caso
Câmeras de segurança do Residencial Safira, onde um policial militar de 31 anos matou o vizinho na noite de segunda-feira (09/12/2019), registraram o momento da luta corporal e do disparo que ocorre logo em seguida.
No vídeo obtido pelo Metrópoles, é possível ver a vítima, Kley Hebert Gusmão, e o PM, que veste bermuda e casaco, rolando no chão. Em determinado momento, o policial consegue ficar de pé e abre fogo, com o morador ainda caído.
Veja:
Após se contorcer por alguns instantes, Kley fica imóvel. Colocando as mãos na cabeça, o militar usa um telefone celular para fazer uma ligação. A vítima chegou a ser levada ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. O PM se apresentou na 21ª DP (Taguatinga Sul) para registrar o caso e foi liberado.