Justiça torna réu bombeiro do DF que atirou na cabeça de maquiadora
O caso ocorreu em janeiro deste ano e vitimou a maquiadora Jully da Gama. A denúncia, apresentada pelo MP, foi aceita pelo TJGO nessa 3ª
atualizado
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O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) aceitou, nessa terça-feira (5/3), a denúncia apresentada pelo Ministério Público de GO (MPGO) e tornou réu o bombeiro do Distrito Federal Andrey Suanno Butkewitsch (foto em destaque), 40 anos. Com a decisão da Corte, o militar responderá criminalmente por quatro tentativas de homicídio e por balear a maquiadora Jully da Gama Carvalho, 30 anos, em Alto Paraíso, cidade da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, em janeiro deste ano.
“Recebo a denúncia, uma vez que ostenta os requisitos legais e não vislumbro nenhuma das hipóteses de rejeição liminar previstas no art. 395 do CPP. […] Defiro os pedidos do Ministério Público por se tratarem de providências protocolares”, declarou a juíza Marina Mezzarana Kiyan, no documento.
Veja:
Andrey foi detido em 28 de janeiro após se envolver em uma confusão generalizada dentro de um bar na Chapada dos Veadeiros. Em um vídeo publicado nas redes sociais é possível ver o momento em que as agressões começam, por volta de 0h47. Conforme as imagens, o bombeiro e um segundo homem se estranham, trocam socos, e outras pessoas acabam se envolvendo na briga.
A situação fica fora de controle e alguns dos envolvidos deixam o local, seguindo em direção a um carro.
Nesse momento, conforme flagrou uma segunda câmera de segurança, o militar saca uma arma e atira contra o veículo. O projétil atingiu a cabeça da maquiadora.
Veja o vídeo:
Acordo
Na decisão, a magistrada também defere o pedido do Ministério Público para homologar Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) de Sandro Fleury Batista, amigo de Andrey. Sandro é acusado apenas de segurar a arma utilizada pelo bombeiro.
“Da análise do ANPP, verifico que [o crime] tem pena mínima inferior a 4 anos. Além disso, trata-se de infração cometida sem violência ou grave ameaça à pessoa. Ademais, verifico que o investigado confessou espontânea e circunstancialmente a prática do delito, conforme exige a sistemática legal. Ademais, em se tratando de investigado primário e de bons antecedentes, não incide, no caso, quaisquer das vedações constantes no §2º, do art. 28-A, §2° do CPP”, pontuou a juíza.
Sandro, segundo o documento, terá de pagar R$ 15 mil ao Conselho Comunitário de Alto Paraíso de Goiás e teve de comprometer-se a comunicar ao Juízo competente acerca de eventual mudança de endereço ou número de telefone.
Exoneração
Segundo-sargento do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), Andrey Suanno Butkewitsch também estava lotado no Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Após o crime, Butkewitsch foi exonerado do GSI.