Justiça quebra sigilo do celular de mulher que atropelou idosos
Carro conduzido pela motorista, de 46 anos, estava a 140km/h quando matou o casal, há um mês, na altura da QL 10 do Lago Norte
atualizado
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A Justiça autorizou a quebra do sigilo de dados do celular de Luciana Pupe Vieira, 46 anos. Ela atropelou e matou o casal Evaldo Augusto da Silva, 75 anos, e Dulcinéia Rosalino da Silva, 70, há um mês, na altura da QL 10 do Lago Norte. Também foi liberado o uso de material biológico (DNA) recolhido pela perícia no veículo dela.
Como a motorista está internada em estado grave em um hospital particular, os investigadores esbarravam em entraves judiciais para concluir o caso, pois ela não tem condições de autorizar que sejam feitas as análises.
O resultado, entretanto, foi inconclusivo quanto aos motivos que causaram a perda da direção. Ou seja, sem análise do material biológico e das informações do celular, não é possível dizer se houve problemas mecânicos, se foi imprudência, imperícia ou se a condutora teve um mal súbito. As substâncias seriam importantes para identificar traços de alcoolemia, rastros de medicamentos ou qualquer substância psicoativa.
Segundo uma das linhas de apuração, Luciana, diabética, teria sofrido uma crise de hipoglicemia, desmaiado e perdido o controle do veículo.
No dia do acidente, a condutora chegou a receber voz de prisão, mas, após audiência de custódia, foi liberada pela Justiça, sem pagamento de fiança. Para o juiz da 5ª Vara Criminal, Aragonê Fernandes, a motorista, por estar hospitalizada, “não representa risco à instrução criminal”.
Luciana Vieira foi diagnosticada com isquemia cerebral, de acordo com a família. Em 22 de janeiro, os médicos retiraram os medicamentos de sedação, para esperar reação dela. No entanto, a paciente apresentou pequenos estímulos cerebrais. A motorista, no entanto, segue em coma.
Vídeo
Imagens registradas por câmeras de segurança mostram o momento em que o carro invadiu a calçada e atingiu o casal. Os dois morreram na hora. No vídeo, compartilhado nas redes sociais, é possível ver outras duas pessoas que caminhavam no local escaparem do veículo, pulando no gramado.
O Metrópoles apurou que o carro estava devidamente licenciado, e a Carteira de Habilitação da motorista, em dia. Devido à violência da colisão, um dos corpos foi arremessado a vários metros de distância do local da tragédia.
O acidente ocorreu no sentido Clube do Congresso, em um horário no qual muitos moradores caminham pela região. Depois de atingir o casal, a condutora seguiu em frente, cerca de 300m do local do incidente, e só parou após colidir com um poste.
Evaldo e Dulcinéia moravam na QL 8 do Lago Norte, perto do local em que foram atingidos. Os dois tinham retornado havia poucos dias de uma viagem internacional na qual celebraram 50 anos de casados. As famílias do casal e da motorista têm amigos em comum.