Justiça proíbe contratação de testagem drive-thru no DF após Falso Negativo
Volta do atendimento à população em carros estava prevista para esta semana. Para Controladoria-Geral local, decisão do TJDFT impede retorno
atualizado
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A previsão de retorno da testagem em massa do brasiliense para Covid-19 em drive-thru não será concretizada. O modelo de diagnóstico está suspenso devido à Operação Falso Negativo, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que apura irregularidades na aquisição de testes de coronavírus pela Secretaria de Saúde.
Embora a informação inicial, publicada pelo Metrópoles nesta terça-feira (1º/9), fosse de que a retomada do serviço dependia de análise da Controladoria-Geral do DF (CGDF), o órgão informou à reportagem que já concluiu sua análise e encaminhou resposta à pasta responsável. De acordo com a CGDF, a suspensão deve-se à Operação Falso Negativo e atende determinação do TJDFT.
“A Controladoria-Geral do DF informa que realizou análise do referido processo de contratação e encaminhou a manifestação para a Secretaria de Saúde do DF na última sexta-feira (28/8), a fim de que a pasta adotasse as providências adequadas”, disse em nota. “Porém, atendendo determinação do Tribunal de Justiça do DF, dentro da operação Falso Negativo Fase 2, a Secretaria de Saúde (SES/DF) suspendeu a contratação do serviço de testagem rápida pelo sistema drive-thru, prevista para começar esta semana”, completou.
Testes em UBS, hospitais ou clínicas particulares
Ainda segundo a CGDF, os 300 mil testes doados pela Receita Federal não serão usados para esse fim. “Esse material já está em uso na testagem dos hospitais da rede pública”, informou.
Como a Secretaria de Saúde planejava retornar o sistema de drive-thru nesta terça (2/9), duas das cinco tendas previstas para o funcionamento do sistema chegaram a ser instaladas. Com a interrupção do procedimento, quem precisar do serviço ainda terá de recorrer às unidades básicas de saúde (UBS), a hospitais ou à testagem na rede privada.
A modalidade de testagem drive-thru está desativada desde 29 de junho, quando o atendimento migrou para 172 UBS.
A segunda fase da Falso Negativo investiga irregularidades em dispensas de licitações direcionadas à aquisição de testes para diagnóstico da Covid-19. A estimativa é de que houve prejuízo de R$ 18 milhões aos cofres públicos. Seis gestores foram presos, e um mandado de prisão não foi cumprido. O Governo do Distrito Federal (GDF) afastou dos cargos de chefia os sete alvos da operação.
Confira quem foi preso na 2ª fase da Operação Falso Negativo e os cargos que ocupavam à época:
Francisco Araújo, secretário de Saúde do DF;
Ricardo Tavares Mendes, ex-secretário adjunto de Assistência à Saúde;
Eduardo Hage Carmo, subsecretário de Vigilância à Saúde;
Eduardo Seara Machado Pojo do Rego, secretário adjunto de Gestão em Saúde;
Jorge Antônio Chamon Júnior, diretor do Laboratório Central (Lacen);
Ramon Santana Lopes Azevedo, assessor especial da Secretaria de Saúde (todos foram afastados).