Justiça nega liberdade para presos em operação contra cartel dos combustíveis
Decisão da juíza da Primeira Vara Criminal de Brasília indeferiu o relaxamento da prisão de três dos sete presos durante Operação Dubai
atualizado
Compartilhar notícia
A juíza da Primeira Vara Criminal de Brasília Ana Cláudia Loiola de Morais negou a liberdade para os presos da Operação Dubai, da Polícia Federal e do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que investiga o cartel de combustíveis no DF e no Entorno.
Antônio José Matias de Sousa, um dos sócios da Cascol, José Miguel Simas Oliveira Gomes, funcionário da Cascol e Adão do Nascimento Pereira, gerente de vendas da BR Distribuidora no DF, continuarão presos.
Dubai
Deflagrada na terça-feira (24/11), a ação desarticulou um cartel de combustíveis no DF e no Entorno. Donos e funcionários das principais redes como Cascol, BR Distribuidora, Ipiranga e Gasolline foram detidos. Segundo as investigações da PF e do MPDFT, o valor da gasolina era elevado em 20% para os consumidores. Além disso, o preço do álcool era aumentado para inviabilizar o consumo do combustível nos postos da capital.
Na ação, sete pessoas foram presas e 25 levadas à Superintendência da PF para prestarem depoimento. Entre os presos está José Carlos Ulhoa Fonseca, presidente do Sindicombustíveis DF. De acordo com a investigação, o sindicato perseguia os empresários que decidiam deixar o cartel. O prejuízo que apenas uma das redes investigadas causou para os brasilienses é de, ao menos, R$ 1 bilhão por ano.
Os presos
Antônio José Matias de Souza
Sócio da maior rede de postos de combustíveis do DF, a Cascol, e um dos articuladores na negociação de fixação do preço da gasolina nos postos da capital e de três regiões do entorno: Luziânia, Valparaíso e Formosa. O empresário também era um dos maiores financiadores de campanhas de Brasília.
Cláudio José Simm
Proprietário da rede Gasolline, encabeçava o cartel, em parceria com Matias, segundo as investigações. Tomava conhecimento dos postos que não seguiam a recomendação do cartel e fazia represálias.
José Carlos Ulhôa Fonseca
Presidente do sindicato, era responsável por comunicar o reajuste aos postos e retaliava, junto a um emissário das maiores redes, os estabelecimentos que insistissem em manter o preço abaixo do estabelecido pelo cartel. Recebia salário mensal da rede Cascol, de acordo com delegados e promotores.
Marcello Dornelles
Administrador da rede JB, Dornelles mantinha contato com os donos de postos para elevar os preços ou, às vezes, diminuir o valor da gasolina para retaliar os postos que desafiassem o cartel.
Adão do Nascimento Pereira
Gerente regional da BR Distribuidora, analisava a política de preços e fazia o elo entre distribuidoras e revendedoras.
André Rodrigues Toledo
Um dos representantes da Ipiranga tinha grande participação nas negociações dos preços cobrados nos postos de combustíveis do DF.
José Miguel Simas Oliveira Gomes
Integrante da Cascol, fazia a ponte entre a empresa e as grandes distribuidoras. Também é apontado pela investigação como um dos cabeças da organização criminosa.