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Justiça mantém prisão de PM suspeito de participar de estupro coletivo

Segundo o depoimento da vítima, de 25 anos, ela sofreu oito abusos nas quatro horas em que esteve no quarto

atualizado

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bombeiros socorrendo vítima
1 de 1 bombeiros socorrendo vítima - Foto: Reprodução

O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) manteve, nessa quarta-feira (13/10), a prisão do subtenente da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Irineu Marques Dias e mais dois homens suspeitos de envolvimento em um estupro coletivo. O juiz Leonardo Lopes dos Santos Bordini negou o pedido de liberdade, sem fiança, feito pela defesa dos suspeitos.

O crime ocorreu durante uma festa em Águas Lindas de Goiás (GO), na madrugada do último sábado (9/10).  A jovem de 25 anos afirma que foi violentada por seis homens. Segundo o depoimento da vítima, ela sofreu oito abusos nas quatro horas em que esteve no quarto.

A mulher chegou ao evento, numa chácara, no fim da tarde de sexta-feira (8/10), com a intenção de dormir no local e aproveitar a piscina no início do dia seguinte. Após ser levada para o quarto onde dormiria, por volta das 3h, o primeiro abusador entrou no local, tirou uma arma, que estava na cintura, e jogou em cima da cama. O homem, de acordo com relato da vítima, é o subtenente da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Irineu Marques Dias, irmão do organizador da festa, Daniel Marques Dias.

Em depoimento à Polícia Civil de Goiás, a mulher afirmou, ainda, que pediu ajuda de outras pessoas que estavam na festa, porém, não foi ouvida. O Metrópoles conversou com a jovem na manhã desta quarta-feira (13/10) e, com detalhes chocantes, ela disse que sentiu medo e ficou paralisada durante toda a situação.

“Eu estava com medo por causa da arma, então fiquei quieta. Só passava pela minha cabeça fazer alguma coisa, mas eu não conseguia.”

Após o primeiro abuso, o policial militar guardou a arma no armário do quarto pouco antes de os demais estupradores entrarem em contato com a vítima.

Relembre o caso

A moradora de Águas Lindas, que não será identificada na reportagem, foi convidada por um amigo para a festa, no Setor 1 da cidade. Ela chegou ao local por volta das 17h de sexta. “Ele [o amigo] e mais dois rapazes me buscaram em casa e me levaram”, afirma. A irmã dela também esteve no evento, mas chegou depois.

Por volta das 3h e com poucos conhecidos ali, a jovem pediu para duas mulheres a levarem até um quarto para que pudesse dormir. “Eu já estava com sono, cansada. Quando eu entrei no quarto, elas fecharam a porta e saíram. Aí, logo após, entrou o primeiro [homem]. Ele tirou a arma da cintura, jogou na cama e começou a tirar a roupa dele e a minha também”, relata.

A violência, porém, não acabou ali, uma vez que mais cinco homens teriam se revezado para estuprá-la.

“Depois que ele [Irineu] saiu, entraram mais dois. Depois, esses saíram e entraram outros dois. Foram algumas vezes que eles fizeram esse revezamento. Teve uma hora que me deixaram sozinha e apareceu um na janela e ficou me observando lá sem roupa. Viu que eu estava desesperada e não fez nada. Depois disso, ele ainda entrou lá e participou”, narra. O subtenente ainda teria voltado e abusado novamente da vítima antes de um último homem entrar no quarto para repetir o crime.

Já pela manhã, os homens abriram a porta do quarto, e a jovem saiu. “Fingi que estava tudo bem, eles abriram a porta, eu achei uma camisa lá e vesti. Depois, vesti a minha por cima, quando achei depois. Fui lá para fora, e eles me deram copo com água e me entregaram meu celular, que estava com eles”, conta.

A camisa que ela vestiu ao sair da casa seria do subtenente e teria o nome dele. “Tinha escrito ‘S. Irineu'”, revela.

“Meu celular só tinha 4% de bateria. Eu tentei mandar mensagem para alguém, mas eles ficaram em cima de mim. Pensei que, se eu mandasse mensagem, eles veriam e não deixariam eu sair de lá”, acrescenta.

Conforme conta a mulher, os agressores ainda ofereceram carona para casa, mas ela conseguiu escapar logo depois. “Eles abriram o portão e queriam me levar embora. Mas eu falei que não e pedi para chamarem um Uber para mim, já que meu celular estava descarregando. Quando um deles virou as costas, eu corri para a rua e saí gritando. Aí, apareceram umas pessoas”, destaca.

De acordo com a jovem, vizinhos acionaram os bombeiros e a polícia. Ela foi resgatada pelo Corpo de Bombeiro Militar do Estado de Goiás (CBMGO) e levada ao Hospital Municipal Bom Jesus.

Os moradores da região também contataram o irmão da vítima, com quem ela mora, e informaram sobre o ocorrido. “Meu irmão chegou lá no hospital quando eu estava tomando injeção. De lá, fomos direto para a delegacia”, finaliza.

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