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Justiça mantém prisão de homem que matou mulher com facadas no pescoço

Uederson Aparecido Ananias de Moura confessou ter matado Jainia Delfina de Assis. O filho da vítima assistiu ao crime

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Imagem colorida de Jainia Delfina e Uederson Aparecido. Jainia foi morta, e Uederson é suspeito do crime
1 de 1 Imagem colorida de Jainia Delfina e Uederson Aparecido. Jainia foi morta, e Uederson é suspeito do crime - Foto: Material cedido ao Metrópoles

A juíza do Núcleo de Audiência de Custódia (NAC) converteu em preventiva a prisão em flagrante de Uederson Aparecido Ananias de Moura, 36 anos. Ele confessou ter matado Jainia Delfina de Assis, 42, quando ambos estariam sob efeito de drogas. O crime ocorreu no último sábado (15/6), e a a decisão foi proferida nesta segunda-feira (17/6), após audiência de custódia do preso.

Durante a audiência, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) se manifestou pela conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, tendo em vista a regularidade do flagrante e a necessidade de manter o acusado preso para garantir a ordem pública. Já a defesa solicitou a concessão de liberdade provisória.

Na análise do auto de prisão em flagrante, a juíza concluiu que o não houve qualquer ilegalidade. Diante da gravidade dos fatos e da periculosidade do acusado, a magistrada decidiu converter a prisão em flagrante em prisão preventiva e destacou que a soltura representaria risco à ordem pública e poderia levar à reiteração delitiva.

A magistrada ainda reforçou que “o autuado ostenta outras condenações e está em pleno cumprimento de pena”, referindo-se ao histórico criminal do acusado. A decisão destaca, por fim, que a sociedade não tolera a prática de delitos contra a vida, sobretudo feminicídio.

Assim, Uederson aguardará o fim do processo preso.

Feminicídio

O crime ocorreu na Quadra 4 do Setor Oeste, na Cidade Estrutural. De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), o filho da vítima, de 4 anos, foi o primeiro a ver a mãe deitada em meio ao sangue e a pedir ajuda a vizinhos. Um ex-namorado de Jainia encontrou a criança assustada, soube do que aconteceu e acionou a polícia.

Uederson tem histórico de violência doméstica e, inclusive, foi alvo de uma medida protetiva por agressões contra Jainia Delfina. A ação foi determinada pelo 3º Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra Mulher de Brasília no fim do ano passado. Há outros processos por Lei Maria da Penha contra ele.

Além do garoto de 4 anos, Jainia deixa outros dois filhos, de 14 e 19 anos. Nenhum deles era filho de Uederson.

A vítima será velada nesta terça-feira (18/6), em Taguatinga, a partir das 9h.

Histórico violento

Além de passagens criminais por violência doméstica, incluindo medida protetiva contra Jainia, Uederson foi preso por homicídio e atentado violento ao pudor, em 2006. Na época, ele foi condenado por estuprar e assassinar uma adolescente de 15 anos, enquanto ela dormia.

Ana Paula Rodrigues de Sousa, a adolescente morta por Uederson em 2006, foi encontrada completamente nua e com a cabeça esfacelada. A garota dormia com um grupo de moradores de rua dentro de um duto de ventilação do metrô. As pessoas se levantaram e foram até a rodoviária fazer um lanche, deixando a adolescente dormindo sozinha no local.

No momento em que o grupo retornou, viu quando Uederson deixava o local apressadamente, com as mãos ensanguentadas. Ana Paula ainda estava viva, mas gemia muito e tremia. Quando o Corpo de Bombeiros chegou ao local, a vítima já estava sem vida. O criminoso fugiu, mas dias depois foi preso.

Metrópoles apurou que Uederson estava em prisão domiciliar desde novembro de 2022. Em decisão anterior, que analisou o possível relaxamento da detenção, foi descrito que laudo criminológico identificou traços de personalidade negativa e apontou que, possivelmente, seria importante oferecer acompanhamento psicológico ao preso.

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