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Justiça mantém prisão de biomédico detido por exercício irregular

Rafael Bracca, biomédico investigado por erro e detido por exercício irregular, teve prisão em flagrante convertida em preventiva

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Biomédico Rafael Bracca é preso no DF após erros em procedimentos médicos - Metrópoles
1 de 1 Biomédico Rafael Bracca é preso no DF após erros em procedimentos médicos - Metrópoles - Foto: Reprodução/ Vídeo

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) manteve a prisão do biomédico Rafael Bracca, preso por exercício irregular e acusado de causar danos irreversíveis à saúde e à estética de mulheres que fizeram um procedimentos no bumbum. Detido nessa quarta-feira (1º/11), ele passou por audiência de custódia nesta quinta, quando teve a prisão em flagrante convertida em preventiva.

Para embassar a necessidade de manter Rafael Bracca detido, a Justiça ressaltou que a condição da prisão “torna certa a materialidade delitiva”, já que ele acabou sendo flagrado atuando na clínica já interditada.

“Ao ter desrespeitado a ordem administrativa de interdição das atividades, o autuado demonstra concretamente a insuficiência de meios outros a salvaguardar a ordem pública”, decidiu o magistrado.

Em nota, a defesa de Bracca criticou a decisão, afirmando que a prisão preventiva “fere o princípio da presunção de inocência”. ” Todos os fatos serão esclarecidos durante o processo e sua inocência será provada.”

Prisão

Bracca foi preso e levado para a 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), por exercício irregular de atividade profissional, após continuar atendendo na clínica que já havia sido interditada. Equipes da Vigilância Sanitária e da Polícia Civil (PCDF) foram ao consultório e deram voz de prisão a Rafael.

A nova vistoria realizada no local constatou diversas irregularidades, como o uso de medicamentos anestésicos e antibióticos que não podiam ser ministrados pelo biomédico.

Ainda correm, na 1ª DP, dois inquéritos que apuram lesões corporais praticadas pelo biomédico no exercício irregular da profissão.

 

Relembre o caso

Os relatos de mulheres que denunciam o biomédico foram noticiados pelo Metrópoles com exclusividade. As vítimas contam histórias semelhantes: o caro “tratamento” para dar volume ao glúteo acabou gerando dores, inflamações, infecções e até risco de morte, com paciente em UTI. Os casos, que começaram com pequenas injeções, transformaram-se em grandes investigações policiais e imbróglios jurídicos.

Com mais de 60 mil seguidores no Instagram, Rafael Bracca vende cursos na internet, tem clínica na Asa Sul (DF) e em Barueri (SP), e fez fama com o “protocolo TX-8”, para preenchimento de glúteos.

Nas redes, ainda divulga a polêmica ozonioterapia e já chegou a defender a hidroxicloroquina como forma de tratamento contra a Covid-19, na pandemia. Mesmo não sendo médico, Bracca diz realizar protocolos que prometem “reverter sintomas” relacionados a esquizofrenia, depressão, ansiedade, diabetes, TDAH e até autismo. Para vender um curso voltado principalmente para biomédicos, ele afirma ter 20 anos de carreira, mas se formou na área em uma faculdade particular de Brasília em junho de 2019.

Segundo Bracca, o TX-8 é um tratamento “exclusivo e único”, que usa materiais bioidênticos (ou seja, que são produzidos naturalmente) e mescla vitaminas, minerais, aminoácidos e estimulantes de força, por exemplo, para dar volume ao bumbum, sem envolver qualquer tipo de corpo estranho ao organismo. Porém, pacientes que tiveram problemas de saúde suspeitam que haja o uso de uma substância proibida, chamada Synthol.

Reforçando as suspeitas, Bracca foi indiciado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por tráfico de drogas, após a corporação ter encontrado outras fórmulas proibidas na clínica dele da Asa Sul, em fevereiro deste ano. Há ainda outros boletins de ocorrência em aberto contra o biomédico, no DF e em São Paulo.

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