“Reserva no inferno”: Justiça manda redes excluírem vídeos de pastor americano que ataca gays

A Justiça determinou a retirada das redes sociais do vídeo em que o pastor norte-americano David Eldridge afirma que a população LGBTQIA+ vai para o inferno. As imagens devem ser retiradas de todas as plataformas, sob pena de multa de R$ 50 mil por dia, até o limite do valor da causa.

A fala em questão é: “Todo homossexual tem uma reserva no inferno, toda lésbica tem uma reserva no inferno, todo transgênero tem uma reserva no inferno, todo bissexual tem uma reserva no inferno.”

“A divulgação de vídeos do evento contendo o suposto discurso de ódio contra comunidade específica, baseadas em supostas interpretações religiosas que em grande parte também não refletem o espírito cristão, podem em tese fomentar atitudes discriminatórias e de violência por parte dos fieis contra pessoas integrantes da comunidade LGBT+, o que não se admite”, destaca na decisão a juíza Lívia Lourenço Gonçalves.

O deputado distrital Fábio Felix (PSol) pediu investigação do caso ao Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) na ocasião.

Palestra

Durante o Carnaval deste ano, o pastor palestrou por 40 minutos no Congresso Evangélico União das Mocidades das Assembleias de Deus em Brasília, momento em que teria feito o discurso de ódio.

Entre leituras do Evangelho e palavras de fé, ele começou a julgar quem iria ou não para o inferno. Além do público LGBTQIA+, ele afirmou que prostitutas, pessoas que assistem “coisas sexuais” na TV, mulheres que usam saia curta e até homens que gostam de calça apertada estariam condenados.

“Você, moço, que está usando calça apertada, que é o espírito de homossexual: isso vai para o inferno! Você, moça, que quando sai de casa a saia está curta e apertada, você sabe o que está fazendo? Você tem uma reserva lá no inferno!”, disse, em inglês, enquanto um tradutor o acompanhava.

Em outros trechos do discurso, ele chega a afirmar que, quando desembarcou no Brasil, teria ouvido um chamado para salvar os brasileiros de irem para o inferno. O vídeo com as palavras de ódio já tem mais de 33 mil visualizações no YouTube.