Justiça intervém e DCE do UniCeub tem novo presidente
Fraude na votação motivou decisão da 3ª Vara Cível de Brasília
atualizado
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Pouco mais de um mês depois de reeleger o presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE), quem vai assumir o cargo é o concorrente que havia ficado em segundo lugar na votação inicial. Decisão da 3ª Vara Cível de Brasília determinou que Rafael Calixto de Souza assuma o posto. A Justiça considerou procedente o pedido da chapa Mova-se, e determinou que o UniCeub “entregue as chaves do Diretório Central dos Estudantes imediatamente”.
Por telefone, o advogado de Rafael Calixto, Gustavo Costa Bueno, explicou que a juíza Geisa Cavalcante acatou o argumento de que houve fraude nas eleições de 8 de abril deste ano. Segundo ele, foi provado que as urnas não tinham lacres, e a maioria dos estudantes do Campus I e II, ambos de Taguatinga, votou sem apresentar documento de identidade. O advogado esclareceu ainda que a outra chapa pode questionar a sentença, mas acha improvável que a Justiça reverta a decisão.O novo presidente, Rafael Calixto, espera assumir o DCE já nesta terça-feira (17/5). “Os alunos foram muito prejudicados durante esse período”, explica. Já o agora deposto presidente Victor Vilela informou que a chapa Renovação Interativa vai recorrer. “Nós temos mais legitimidade. A votação foi democrática e tirar nossa chapa do poder é não respeitar o voto do aluno”, afirmou.
Entenda o caso
Pouco antes da eleição para o DCE, a campanha já havia virado caso de polícia. Além da troca de agressões entre integrantes das chapas rivais, as acusações incluíam invasão de páginas na internet e difamação. Com a eleição de Victor Vilela, (vencedor com 1.141 votos contra 1.024 de Rafael Calixto), acreditou-se que tudo estava resolvido. No entanto, menos de 24 horas depois de o resultado ser confirmado oficialmente, Cibele Siqueira, integrante da comissão eleitoral, divulgou nota afirmando que os votos computados nos campus de Taguatinga haviam sido impugnados.
O comando do DCE não é cobiçado à toa. A entidade tem a prerrogativa de indicar 50 alunos para receberem bolsas integrais — em muitos cursos, as mensalidades chegam a custar mais de R$ 1 mil. No caso de medicina, por exemplo, o valor supera os R$ 6 mil. Quando a gestão é trocada, quem tinha direito ao benefício perde o benefício.