Justiça inocenta Marinésio por tentativa de estupro contra estudante
Justiça decidiu impronunciar o acusado por não haver imagens de câmeras de segurança ou alguma forma que o ligue ao crime
atualizado
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O Tribunal do Júri de Planaltina inocentou o maníaco Marinésio dos Santos Olinto pela tentativa de estupro contra Janaína Dias Lopes, 25 anos, em setembro de 2015. A Justiça decidiu impronunciar o acusado ao julgar inadmissível a acusação por falta de provas e não se convencer da existência do crime.
“No presente caso, malgrado os elementos de informação colhidos na seara inquisitiva comprovem a materialidade dos delitos de homicídio e estupro tentados narrados na denúncia, não houve comprovação em juízo dos indícios de autoria imputados aos acusado Marinésio”, entendeu o juiz Taciano Vogado Rodrigues Júnior.
Moradora do Arapoanga, Janaína contou à polícia que voltava da escola e esperava 0 ônibus em parada próxima ao Hospital Regional de Planaltina, por volta das 22h. “Foi quando alguém passou do lado. Era um carro branco, não era uma Blazer igual estão dizendo. Ele estacionou e pensei: ‘Vou fingir que estou andando. Se ele sair, eu volto para a parada’. Mas, então, ele me apontou uma faca, colocou na minha cintura e pediu para andarmos como se fossemos amigos”, narrou a mulher.
“Começamos a descer a avenida em direção ao Arapoanga, tudo a pé. Até que ele me levou para o mato e me mandou ficar quietinha. Falou para eu não me mexer, se não, ele me mataria”, completou Janaína.
Além de tentar tirar a roupa dela e beijá-la, o agressor a teria enforcado. “Ele pegou o joelho dele e pressionou minhas duas mãos. Eu lembro que já estava perdendo o ar. Aí, pareceu que uma luz me falou: ‘Janaína, se finge de morta’”, disse.
Moto
Após lutar para fugir do cozinheiro, Janaína contou que conseguiu ajuda de um motociclista que trafegava pela pista, próximo ao matagal onde estava. “Passou uma daquelas motos que ficam buzinando à noite, e ele se assustou. Quando ele levantou, eu dei um chute nele e consegui correr. Chamei essa moto, e ele me levou em casa.”
Após saber do caso do assassinato de Letícia Sousa Curado, conhecida dela, Janaína resolveu fazer a denúncia, mas somente em 2019. “A Letícia era minha cliente: eu trabalhava em um supermercado onde ela comprava. Na hora que vi, não acreditei”, afirmou. “Eu estou muito abalada com isso. É triste, porque, depois disso tudo, ainda tem mais vítimas. Mas, ao denunciar, acredito vai parecer mais gente”, acrescentou.
Falta de provas
Ainda segundo a decisão, o juiz destacou que a vítima informou que as características do acusado batem com as de seu agressor, “mas afirmou que o autor dos fatos estava de blusa de frio com capuz, razão pela qual não visualizou bem o rosto dele”, destaca a sentença.
“Ademais, diferentemente do que ocorreu em outros feitos que tramitam perante este Juízo contra o acusado Marinésio, não há imagens de câmeras de segurança que de alguma forma o liguem aos crimes”, finaliza o juiz.
Vítimas
Marinésio é acusado de outros casos que envolvem feminicídio e violência sexual contra mulheres. Ele foi condenado pela morte da advogada Letícia Curado a 37 anos de prisão, crime ocorrido em agosto de 2019.
Apontado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) como maníaco em série, o cozinheiro foi condenado a 10 anos de prisão pelo estupro de uma adolescente de 17 anos, numa área isolada do Paranoá, em 2018.
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