Justiça inclui nome de catequista em cadastro nacional de foragidos
Polícia tenta cumprir mandado de prisão preventiva expedido contra o suspeito acusado de abusar sexualmente de crianças
atualizado
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A Justiça do Distrito Federal incluiu, nessa terça-feira (09/07/2019), no cadastro nacional de foragidos, o nome do professor de catequese José Antônio Silva, de 47 anos, acusado de estuprar crianças com idades entre 4 e 10 anos. Com sua identidade lançada no sistema que pertence ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a Polícia Civil do DF espera facilitar a cooperação com outros estados, caso o suspeito esteja em outra unidade da Federação.
Após a polícia local tornar pública a imagem do catequista, mais uma vítima procurou a 4ª Delegacia de Polícia (Guará) para denunciar um episódio de abuso sexual. O rapaz, hoje com 24 anos, tinha apenas 8 à época. Ele conta que passeava com o cachorro na rua quando Silva, acompanhado de um adolescente, perguntou se podia tocar em seus órgãos genitais. Mesmo com a negativa, ele segurou o pênis do garoto em uma calçada no Guará.
“No caso dessa vítima, foi apenas esta vez e cessou, mas isso colabora com as investigações, pois o padrão coincide com denúncias de outras pessoas. Em nenhum dos casos houve ameça: ele usava o dom da palavra para convencer as crianças”, descreve o delegado adjunto da 4ª DP, Douglas Fernandes de Moura.
Primeira denúncia
A história veio à tona em maio deste ano, após um sobrinho, hoje com 30 anos, denunciar José Antônio. “A primeira vítima compareceu à delegacia noticiando esses abusos ocorridos há algum tempo e informou que, por ser um parente, tinha medo de manchar a imagem da família. Por isso, não denunciou antes. Mas se sentiu encorajado após ver José Antônio se aproximar de seu bebê. Ficou com medo de a história se repetir”, ressaltou o investigador.
Ainda segundo o delegado, o estuprador se valia da confiança que tinha dos familiares e levava as crianças para o quarto na casa dos pais, no Guará. As vítimas identificadas são, na maior parte, sobrinhos do acusado. “Ele falava que mostraria desenhos, que eles jogariam videogame, e praticava os abusos, que variavam entre prática de sexo oral e penetração anal. Além disso, ejaculava na boca das crianças e dizia que aquilo era bom para elas crescerem fortes e saudáveis. Que era para eles aprenderem e, quando crescessem, praticar com as namoradas”, detalhou o policial.
Das 13 vítimas até o momento identificadas, 12 são meninos e há apenas uma mulher. A delegacia tem informação de outras seis vítimas que foram abusadas, mas ainda não procuraram a delegacia para depor. José Antônio dava aula de catequese na Paróquia Divino Espírito Santo, no Guará II, e também em uma escolinha de futebol.
Não tinha emprego formal e nenhum histórico criminal. Revezava-se entre as atividades com as crianças e bicos de manutenção, enquanto a mulher passava o dia fora, trabalhando. “Os abusos começaram ainda quando ele morava com a mãe: levava as crianças para lá quando não havia ninguém. Depois de casado, aproveitava os momentos em que a mulher estava fora para violentar as crianças”, salienta o delegado.
Violência sexual
Os crimes de pedofilia atribuídos ao professor datam de 25 anos atrás. A vítima mais recente, no entanto, um menino de 4 anos, teria sido violentada em dezembro de 2018. Com a divulgação do caso, a PCDF acredita que mais pessoas busquem a unidade policial nos próximos dias. José Antônio é investigado por estupro de vulnerável.
Diretor do colégio Rogacionista, instituição de ensino da mesma congregação da Igreja Divino Espírito Santo, o padre Marcos De Ávila disse que José Antônio não atua mais como catequista da paróquia. “Fiquei chocado com a notícia. Muito triste e terrível esta conduta. Não tínhamos nenhum conhecimento sobre os fatos”, afirmou.
Denuncie
Além do telefone 197, o Disque-Denúncia da PCDF, informações sobre o paradeiro de José Antônio podem ser repassadas por meio do site da corporação (www.pcdf.df.gov.br) ou pelo e-mail denuncia197@pcdf.df.gov.br. Outro canal é o WhatsApp: (61) 98626-1197. A identidade do denunciante será mantida no mais absoluto sigilo.