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Trickster: Justiça aceita denúncia contra mais 3 pessoas por corrupção

Ex-coordenador do DFTrans e dois dirigentes se tornaram réus

atualizado

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operação Trickster, PCDF, DFtrans
1 de 1 operação Trickster, PCDF, DFtrans - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A Justiça do Distrito Federal aceitou denúncia oferecida pela Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep) contra mais três pessoas investigadas na Operação Trickster. Viraram réus, pelo crime de corrupção, o ex-coordenador da Unidade de Bilhetagem Automática do DFTrans Harumy Tomonori Honda Júnior e dois dirigentes da Cooperativa de Transportes Cooperbras: Ronaldo de Oliveira e Soraya Gomes da Cunha.

De acordo com a denúncia do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), no período de janeiro de 2017 a março de 2018, Harumy Tomonori recebeu propina regularmente. Os valores variavam de de R$ 5 mil a R$ 20 mil, num total aproximado de R$ 210 mil, para deixar de supervisionar a Cooperbras, operadora do Serviço de Transporte Público Coletivo Rural do DF.

Como coordenador da Unidade de Bilhetagem Automática do DFTrans, Harumy tinha como dever monitorar a atuação dos permissionários para garantir o correto funcionamento do sistema.

No período, os dirigentes da cooperativa executaram fraudes no Sistema de Bilhetagem Automática, a partir da geração de créditos financeiros fraudulentos. O crime era cometido mediante o descarregamento sucessivo de cartões de vale-transporte de pessoas com deficiência e do Passe Livre estudantil, sem o correspondente suporte monetário.

Computadores
Em um dos computadores apreendidos na Cooperbras, os investigadores tiveram acesso a uma planilha eletrônica com todos os pagamentos efetuados para “RA”, referência, segundo o MPDFT, ao som da primeira sílaba do nome de Harumy.

Mensagens instantâneas de celular trocadas pelos réus e imagens da câmera de segurança da cooperativa também comprovam os repasses. Todo esse material está na denúncia. Além do crime de corrupção ativa, Harumy também vai responder por estelionato contra a administração pública e lavagem de ativos. Ronaldo e Soraya, por corrupção passiva.

Além da condenação dos três denunciados, o Ministério Público pede a perda dos valores adquiridos por meio do crime de corrupção (R$ 210 mil), além da reparação mínima pelos danos causados ao erário (R$ 303 mil). A denúncia foi recebida em 1º de abril.

Estelionato e lavagem de ativos
Durante todo o período em que recebeu pagamentos ilícitos, Harumy comparecia à sede da Cooperbras para fazer parte da retirada dos valores em espécie.

Para que pudesse continuar as atividades criminosas sem levantar suspeitas no local onde trabalhava e pudesse transportar os valores sem qualquer risco, ele induziu seus superiores hierárquicos ao erro. Harumy afirmou, falsamente, que estaria sendo alvo de ameaças de morte em virtude de sua atividade profissional.

Por isso, foi acompanhado de escolta policial armada fornecida pela Casa Militar do DF durante todo esse período, o que resultou num gasto de cerca de R$ 303 mil.

As investigações também comprovaram que, para converter parte dos valores recebidos em ativo lícito, o ex-coordenador do DFTrans adquiriu um automóvel, que foi colocado no nome de sua mãe, que nem sequer carteira de habilitação possui e jamais foi proprietária de qualquer veículo.

Os acusados negam as irregularidades. (Com informações do MPDFT)

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