TRF-1 julga ação penal contra Bandarra e Guerner nesta quinta
Caso a ação penal não seja julgada até setembro deste ano, crimes relacionados à Caixa de Pandora prescreverão
atualizado
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O julgamento dos promotores do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) Deborah Guerner e Leonardo Bandarra está marcado para esta quinta-feira (30/05/2019), pela Corte Especial do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).
Guerner e Bandarra são acusados de participar do esquema de corrupção envolvendo o ex-governador José Roberto Arruda (PR), no âmbito da Operação Caixa de Pandora. O episódio também ficou conhecido como Mensalão do DEM.
Os dois responderão, na ação a ser julgada nesta quinta, pela prática dos crimes de: concussão – que consiste no uso do cargo para obter vantagem indevida; violação de sigilo funcional; e formação de quadrilha. O marido de Deborah, Jorge Guerner, também é réu na ação.
A Justiça Federal tem até setembro para julgar a ação. Caso não ocorra o julgamento até lá, os crimes atribuídos aos promotores prescreverão. Outras duas ações, uma referente a extorsão e outra que diz respeito à falsidade ideológica na compra de um imóvel por Bandarra, também estão prestes a prescrever.
O julgamento foi iniciado em janeiro deste ano, com acolhimento favorável ao pedido do MPF pelo relator do caso, desembargador federal Kassio Nunes Marques, e de três outros desembargadores. No entanto, foi suspenso em razão de pedido de vistas da desembargadora Maria do Carmo Cardoso.
Mensalão do DEM
A Operação Caixa de Pandora foi deflagrada pela Polícia Federal em 2009 e revelou um esquema de pagamento de propina em troca de apoio político durante o governo Arruda.
Na ação proposta pela Procuradoria-Geral da República, os dois são acusados de chantagear o delator do esquema, Durval Barbosa, em troca de vazamento de informações. Aos dois também é atribuída uma tentativa de extorsão de R$ 2 milhões para não haver o vazamento de vídeos comprometedores de José Roberto Arruda.
Ainda pesa sobre Guerner e Bandarra a denúncia de vazamento de informações sigilosas para favorecer Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais. Um cofre cheio de dinheiro chegou a ser localizado pela polícia, enterrado no quintal da casa da promotora.
Em 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a dupla deveria continuar recebendo salários e ser mantida nos quadros do MPDFT, mesmo sem trabalhar, até que todos os recursos fossem julgados.