Se condenados na Panatenaico, Agnelo e Filippelli podem pegar 30 anos
Eles são acusados de crimes como associação criminosa, lavagem de dinheiro, fraude em licitação e corrupção passiva e ativa
atualizado
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Réus no âmbito da Operação Panatenaico, o ex-governador Agnelo Queiroz (PT) e o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (MDB) poderão sofrer um duro revés na Justiça. Ao acatar a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), a juíza da 12ª Vara da Justiça Federal do DF Pollyanna Kelly Medeiros Martins Alves entendeu que os dois praticaram crimes de associação criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e fraude em licitação. Somadas as penas, são mais de 30 anos de prisão, sem considerar os agravantes. A informação foi antecipada pelo Metrópoles nesta quarta (25/4). Outros 10 investigados também se tornaram réus.
Segundo a denúncia, Agnelo Queiroz (PT) aproveitou-se do cargo de governador para firmar acordos obscuros que lhe renderam R$ 6,45 milhões. Os valores teriam sido pagos por empresários, por meio de doações de campanha, à Paróquia São Pedro e também de compras diversas. Ainda de acordo com o documento assinado pela magistrada, em contrapartida, o ex-chefe do Executivo local teria favorecido os empresários na contratação e execução das obras do Mané Garrincha, incorrendo 33 vezes no crime de corrupção passiva, delito previsto no artigo 317 do Código Penal Brasileiro.
Conforme a narrativa da juíza, em 2008, a reforma do Mané Garrincha travestiu-se de fachada para um grande esquema de corrupção que contava com a participação de servidores públicos e dirigentes das construtoras Andrade Gutierrez e Via Engenharia. A ação penal cita a prática de “pagamentos de vantagens financeiras, fraudes de processo licitatório e desvio de recursos públicos”.Ação penal contra Agnelo Queiroz e Tadeu Filippelli by Metropoles on Scribd
A Justiça ainda encontrou indícios de que Fernando Márcio Queiroz, dono da Via Engenharia, teria oferecido “vantagens indevidas” a Agnelo em 33 oportunidades. O ex-vice-governador Tadeu Filippelli (MDB) também aparece como beneficiário do mandatário da construtora em sete ocasiões.
Ao receber a denúncia contra Agnelo, Filippelli e Fernando Queiroz, a juíza lista 76 documentos que embasam sua decisão, entre termos de colaboração, contratos de prestação de serviço, relatórios e laudos periciais.
A denúncia também atinge Jorge Luiz Salomão e Luís Carlos Barreto de Oliveira Alcoforado, que teriam ajudado Agnelo na organização do suposto esquema criminoso. O primeiro é apontado como intermediário sistemático de Agnelo. Já o segundo – à época advogado do petista – seria interlocutor do ex-governador na consolidação de contrato fictício para recebimento de valores descritos como ilícitos e importâncias oriundas do caixa 2 da construtora Andrade Gutierrez.
Réus se defendem
O advogado de Agnelo, Paulo Guimarães, respondeu estar confiante e que restará comprovada a inocência de seu cliente. Já o defensor de Tadeu Filippelli alega que o processo corria de forma obscura. “Até agora, Filippelli tem sido acusado sem saber o conteúdo do processo. Esperamos, agora, na Justiça, ter a oportunidade de esclarecer todos os pontos”, destacou Alexandre Queiroz.
Já Alcoforado acusa a investigação de tentar destruir sua imagem e negou ter sido operador de qualquer esquema envolvendo o ex-cliente. “Tenho paciência para suportar o tempo. E consciência para dialogar com a verdade. A injustiça não vence a verdade, razão por que confiamos no futuro com a confirmação das acusações injustas”, afirmou.