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Sentença de Nenê Constantino, réu por homicídio, sai em poucas horas

Jurados estão reunidos neste momento para decidir se o fundador da Gol é culpado ou inocente da acusação de assassinato

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julgamento nenê constantino
1 de 1 julgamento nenê constantino - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Os jurados do Tribunal do Júri de Taguatinga estão reunidos, desde as 20h desta quinta-feira (11/5), para decidir se o empresário Nenê Constantino, 86 anos, e outros quatro réus são culpados ou inocentes. Desde segunda (8), todos são julgados pelo assassinato do líder comunitário Márcio Leonardo de Sousa Brito, que foi morto em 2001 após comandar uma invasão a um terreno de Constantino. O veredito e a sentença serão conhecidos, no mais tardar, na madrugada desta sexta (12).

Ao longo desta quinta-feira (11), quarto dia de julgamento, o Ministério Público apresentou gravações telefônicas que provariam a culpa dos réus. Em um dos áudios mostrados pelo promotor Bernardo de Urbano Resende, Constantino diz ao seu advogado na época que outro suspeito, Vanderlei Batista Silva, estaria conseguindo testemunhas a seu favor. Em outra, Vanderlei pede ao filho que busque ajuda do empresário.

Além de Nenê Constantino e Vanderlei, são julgados João Alcides Miranda e João Marques dos Santos, acusados de conspirar para cometer o assassinato. O quinto e último réu é Victor Bethônico Foresti, genro de Nenê. Manoel Tavares, que seria responsável pelo disparo que tirou a vida da vítima, já morreu.

De acordo com as investigações, Constantino foi o mandante do assassinato. Ele responde por homicídio qualificado. Márcio Brito, a vítima, era um líder comunitário e, com cerca de mais 100 pessoas, ocupou um terreno onde funcionou uma garagem da Viação Pioneira, de propriedade do fundador da Gol. O crime teria sido encomendado para intimidar o grupo que estava no local.

Homicídios relacionados
Após apresentar as gravações, o promotor Bernardo de Urbano Resende passou a detalhar informações de outra investigação contra Constantino, na qual ele foi acusado de ter planejado a morte do ex-genro, Basílio. Para o Ministério Público, as acusações estão relacionadas.

Segundo os documentos levados pela promotoria, o réu João Marques, também acusado de envolvimento na morte de Márcio, avisou Basílio sobre uma possível tentativa de homicídio. Um dos assassinos enviados para Araçatuba, onde morava o ex-genro do empresário, era João Alcides Miranda, também acusado de participar da morte do líder comunitário Márcio.

Na linha da acusação, tais informações provariam que Nenê Constantino seria capaz de ordenar uma morte, utilizando-se dos mesmos intermediários acusados de matar o líder comunitário.

Resende ainda refutou a alegação da defesa de que o real assassino de Márcio seria um homem chamado Padinho. O promotor alertou que a arma usada para matar o líder comunitário foi a mesma usada para assassinar o motorista Tarcisio Ferreira Gomes, que também ocupava o terreno da garagem da Viação Pioneira e foi morto 11 dias antes de Márcio. Segundo a acusação, Padinho teria motivo apenas para matar o líder comunitário, sem ter qualquer desavença com Tarcisio.

Compra de testemunha
Ao final das quatro horas que pôde usar a seu favor, o promotor mostrou o vídeo do depoimento de uma das testemunhas do caso, chamada Germina. Na filmagem, realizada pela então delegada do caso, Mabel Farias, a testemunha afirma que João Miranda e Victor Bethônico Foresti ofereceram a ela uma casa para que confirmasse à polícia a versão de que Padinho seria o único responsável pelas mortes de Tarcisio e Márcio.

Após a argumentação do promotor e a tréplica das defesas, os debates foram concluídos. Em seguida, o Conselho de Sentença (jurados), reuniu-se em uma sala secreta para votar se condena ou absolve os acusados.

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