Policial acusado de matar homem durante festa em barco vai a júri
Ricardo Matias Rodrigues responde pela morte de ex-servidor do Banco do Brasil e por tentativa de homicídio contra outro homem
atualizado
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O Tribunal do Júri de Brasília começou o julgamento, nesta terça-feira (30/10), do policial federal Ricardo Matias Rodrigues, acusado da morte de Cláudio Müller Moreira (foto em destaque) e da tentativa de homicídio contra Fábio da Cunha Correia.
Os crimes aconteceram em 8 de outubro de 2016, durante meio a uma festa, que ocorria no interior do barco Lake Palace, ancorado no píer do Clube Motonáutica, no Setor de Clubes Esportivos Norte, em Brasília.
O julgamento começou às 10h30, e foram ouvidas 12 testemunhas até o final da tarde. Até a última atualização desta reportagem, não havia previsão de término.
A tragédia
O crime ocorreu na noite de 8 de outubro de 2016, um sábado, por volta das 22h45. Ricardo Matias Rodrigues confessou que atirou e matou Cláudio Muller Moreira, 47, funcionário da área de tecnologia da informação do Banco do Brasil. O policial se apresentou espontaneamente na delegacia e prestou depoimento, ainda na noite do homicídio. Fábio da Cunha, 37, também foi baleado, mas sobreviveu.
As versões contadas por testemunhas divergem em alguns aspectos, mas há um fator em comum nos depoimentos: o desentendimento entre mulheres presentes na comemoração foi o motivo da discussão que acabou na tragédia.
Segundo o agente Rodrigues, durante a comemoração do aniversário de três mulheres na embarcação Lake Palace, houve uma confusão e Cláudio e Fábio o teriam agredido. Rodrigues, então, sacou a arma e ordenou aos supostos agressores que se afastassem. Ao perceber que o comando não foi atendido, o policial disparou um tiro no abdômen de cada um e, em seguida, pediu para que alguém solicitasse socorro.
Rodrigues afirmou à polícia que tem ciência de sua ação e que agiu por legítima defesa. Ele entregou a arma na delegacia e foi liberado após assinar um termo, comprometendo-se a comparecer aos processos judiciais.
Essa versão, entretanto, é contestada por testemunhas que afirmam não terem visto Rodrigues se identificar como policial. O próprio autor dos disparos admitiu ter consumido bebidas alcoólicas na noite da festa. No entanto, segundo o advogado de Rodrigues, Antônio Rodrigo Machado, o cliente havia consumido “apenas duas ou três taças de vinho”.