Para a Justiça, policial que baleou menino não deve pagar indenização
Família de Luís Guilherme entrou com ação para que despesas médicas fossem pagas pelo agressor
atualizado
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O policial civil Sílvio Moreira Rosa, que baleou o menino Luís Guilherme Caxias, 6 anos, em janeiro deste ano, não precisará pagar indenização. O crime ocorreu na BR-070, próximo a Águas Lindas (GO), quando o carro da família da criança passava pela via. Os pais haviam entrado com ação cível para que o agressor custeasse os gastos médicos da vítima, mas a Justiça considerou que apenas o Estado poderá ser responsabilizado na esfera cível.
O caso ainda será julgado na esfera criminal. O policial foi denunciado pelo Ministério Público de Goiás por tentativa de homicídio duplamente qualificado, por três vezes. Os promotores concluíram que além do garoto, Sílvio colocou em risco a vida do pai e da mãe de Luís Guilherme.
A decisão, do juiz Jansen Fialho de Almeida, da 3ª Vara de Fazenda do Distrito Federal, foi publicada na segunda-feira (13/3). A família do menino está revoltada. “Não é possível que meu filho quase tenha morrido e ninguém pague por isso. Estamos basicamente morando no hospital, e o tratamento é caro”, afirmou a mãe, Paula Caxias.A advogada da família, Karolyne Guimarães, também reclama. “Essa decisão é absurda. O juiz usou fundamentos que não se aplicam ao caso e tirou a responsabilidade de uma pessoa acusada de tentativa de homicídio. Além disso, tirou a possibilidade de liminar para que o Estado pague imediatamente pelos gastos médicos, sendo que a família não tem condições de custear tudo agora”, alega.
Segundo a advogada, os gastos com a saúde de Luís Guilherme chegam a R$ 8 mil por mês. “Ele precisa de medicamentos, exames frequentes, consultas, atendimento escolar em casa, fisioterapia, entre outros cuidados específicos”, aponta. Karolyne afirma que a família entrará com recurso, mas teme a demora da Justiça: “Enquanto isso, os pais têm que arcar com os gastos sozinhos”.
Relembre o caso
O crime ocorreu próximo a Águas Lindas de Goiás (GO). Segundo a versão do pai do garoto, o policial civil fez vários disparos contra o carro da família sem nenhum motivo, durante uma ultrapassagem na BR-070. Um deles atingiu a criança no peito.